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Zuckerberg vai ao Congresso explicar como consultoria obteve dados de usuários do Facebook

Fundador da rede social vai dizer como Cambridge Analytica pôde usar, por pelo menos dois anos, dados de usuários do Facebook sem autorização e o que está fazendo para prevenir o acesso a informações sensíveis.

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Mark Zuckerberg passará a semana explicando a deputados e senadores norte-americanos como foi possível para a consultoria Cambridge Analytica obter dados de pessoas sem autorização prévia e expressa. O CEO do Facebook foi convocado para duas audiências, terça (10) e quarta-feira (11), nas quais terá de detalhar, também, o uso político feito da rede nas eleições de 2016.

Mas já nesta segunda-feira (9) ele transitava pelos corredores do Congresso dos Estados Unidos, comparecendo a reuniões individuais com políticos. Conforme a agência de notícias Reuters, ele não quis comentar as reuniões. Mas a agência já teve acesso ao testemunho que ele fará nas audiências.

O executivo deverá ler o documento, no qual admite que a rede social errou na forma como tratou os dados dos usuários. “Não tivemos um olhar amplo o bastante sobre nossa responsabilidade, e isso foi um grande erro. Foi um erro meu, pelo qual me desculpo. Eu fundei o Facebook, eu o administro, e eu sou o responsável”, traz o testemunho.

Contexto

Mês passado veio à tona a informação de que a consultoria Cambridge Analytica acessava dados de 50 milhões de pessoas, sem que estas soubessem. Mais tarde, o número foi revisto para 87 milhões.

Os dados foram obtidos em 2013, quando um pesquisador criou um jogos de perguntas e respostas, através do qual tinha acesso a informações pessoais dos respondentes e dos amigos dos respondentes. No ano seguinte, a rede social reviu suas políticas de privacidade, vetando os apps de ter acesso a dados de amigos dos usuários dos apps.

Em 2015, a rede social soube que o pesquisador compartilhou, sem autorização, os dados coletados dois anos antes com a consultoria política Cambridge Aalytica. Esta teria usado as informações para executar ações de marketing político e influenciar usuários do Facebook. A rede social teria descoberto, banindo o pesquisador da rede e exigindo que a consultoria apagasse os dados.

No último mês, no entanto, reportagens do jornal britânico The Guardian e do estadounidense The New York Times, revelaram que a consultoria ainda tinha acesso às informações. A rede social, então, baniu também a consultoria de sua plataforma. O imbróglio de três anos desagradou usuários e políticos.

Medidas

Para tentar reverter os danos de imagem, o Facebook vem tomando uma série de medidas. Ainda em março, simplificou as ferramentas de controle de privacidade. Neste mês, atualizou os termos de serviço, passando a restringir o acesso por terceiros a dados dos usuários, e passou a selecionar os anunciantes que poderão publicar campanhas publicitárias com teor político.

Ainda é cedo para dizer, no entanto, se as medidas vão evitar que o parlamento dos EUA crie uma legislação para regular a rede social (ou serviços equivalentes). Zuckerberg diz, no entanto, que vem se esforçando para evitar qualquer regulação. Afirma que a rede aumentou investimentos em segurança, pretende aumentar de 15 mil para 20 mil o número de funcionários encarregados de tornar a rede mais segura e retirar conteúdos abusivos do ar. (Com agências internacionais)

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