IDC vai rever para baixo projeção de vendas de celulares no Brasil

Consultoria trabalha em novo número, mas antevê queda no ritmo de vendas na segunda metade do ano

A consultoria IDC Brasil, que realiza pesquisas de mercado, avisou que vai rever para baixo as projeções de vendas do mercado brasileiro de celulares em 2022. Segundo a empresa, a revisão se deve às incertezas econômicas locais e mundiais, que acabam refletindo no apetite do consumidor.

Os seis primeiros meses de 2022 já foram bastante desafiadores para o mercado de celular, com paralisação das fábricas na China, guerra na Ucrânia e a instabilidade econômica global. Tudo isso afetou o preço de componentes como também a distribuição.

“A falta de componentes teve um grande impacto no primeiro semestre de 2022, mas não deve protagonizar o movimento no restante do ano. O que deverá afetar as vendas é o comprometimento da renda do consumidor, em decorrência da alta da inflação e das taxas de juros, que forçarão a IDC Brasil a revisar, mais uma vez, as previsões para baixo”, prevê Reinaldo Sakis, gerente de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil.

Nem a chegada do 5G ao país deve alterar significativamente esse cenário. Para o segundo semestre, a IDC Brasil prevê um aumento nas vendas de aparelhos habilitados à tecnologia, mas ainda de forma tímida.

A consultoria ainda trabalha no novo número.

Em 2021, o mercado brasileiro de celulares fechou 2021 em queda de 6,1% em relação a 2020. No ano passado, foram comercializados 45,8 milhões de aparelhos, sendo 2,4 milhões de feature phones e 43,4 milhões de smartphones, redução de 8,3% e 6%, respectivamente, em relação a 2020.

Como foi o segundo tri?

No segundo trimestre de 2022, o mercado de celulares no Brasil registrou alta de 3,1%, quando foram vendidos 11,3 milhões de aparelhos, cerca de 345 mil a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Em termos de receita, os meses de abril, maio e junho deste ano somaram cerca de R$ 17 bilhões, 14,1% a mais do que no mesmo período de 2021, e contribuíram para um resultado total do semestre de R$ 36,7 bilhões, alta de 16,8% frente aos seis primeiros meses de 2021.

Os dados são parte do estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q2/2022, da IDC Brasil, consultoria para o setor de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.

O estudo mostrou que, mesmo em queda, o mercado de aparelhos mais simples e com menos recursos ainda tem fôlego. Dos 11.379.327 aparelhos vendidos entre abril e junho de 2022, 10.873.792 foram smartphones e 505.535 feature phones, 4% a mais e 12,9% a menos do que no 2º trimestre de 2021, respectivamente.

No 2ºT de 2022, um alento foi o movimento do mercado cinza, que caiu 47% em relação ao mesmo período do ano passado, e 30% em relação ao 1ºT deste ano.

Os produtos na faixa de preço entre R$ 1.500 e R$ 1.799 foram os mais vendidos, representando 32% do volume total de vendas de smartphones. “É nesta faixa que se encontra uma grande quantidade de modelos, e o montante, à vista ou parcelado, ainda cabe no bolso do brasileiro”, justifica Sakis.

O gerente de pesquisa da IDC Brasil informa, ainda, que no segundo trimestre de 2022, o preço médio dos aparelhos foi de R$ 1.878, sendo 11% menor do que no primeiro trimestre do ano, consequência da oferta de um mix com mais produtos de preço baixo, e 10% maior do que no segundo trimestre do ano passado, reflexo do incremento de chips e seu custo, do frete mais caro e da desvalorização do real.

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Da Redação

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