Winity mantém planos em infraestrutura

CEO da Winity, Sergio Bekeierman, explica que devolução da faixa de 700 MHz foi caso específico, e que operadora segue planos de expansão no atacado de infraestrutura

Crédito: Freepik

Embora tenha renunciado ao espectro de 700 MHz comprado no leilão 5G da Anatel, a Winity tem boas expectativas com relação à demanda que vai atender no segmento de infraestrutura passiva. Em entrevista ao Tele.Síntese, Sérgio Bekeierman, CEO da empresa, comenta que as operadoras precisarão construir muita rede móvel, e precisará de fornecedores para levar telefonia a áreas hoje pouco ou nada atendidas.

“Vamos continuar com o mesmo foco, que é levar cobertura para áreas desassistidas, melhorar a qualidade do serviço em áreas densas e desenvolvendo soluções com toda a indústrias. Vamos levar infraestrutura para o setor, que vai demandar muito investimento nos próximos anos. Muitos outros projetos irão surgir, estamos trabalhando para encontrar alternativas e perseguir projetos transformadores para o país”, observa.

Um exemplo de projeto inovador é a cobertura que será implantada no Metro de São Paulo. A operadora ganhou a licitação e assinou o contrato na última semana. Prevê implantação de células móveis tanto celular, como WiFi. O serviço de conectividade será explorado por operadoras interessadas.

O projeto de cobertura de estradas, este, deixa de existir, ao menos temporariamente pois estava relacionado aos compromissos da aquisição da faixa de 700 MHz. “Ao devolver a frequência, a cobertura de estradas e rodovias sai da nossa visão de longo prazo”, diz Bekeierman. 

Segundo ele, a renúncia agora é específica de um plano de negócio cujos compromissos só seriam viáveis com a assinatura de contratos de longo prazo. “É uma questão específica do caso. Vamos continuar buscando oportunidades de investimento e desenvolvendo o modelo de atacado. Mas teremos uma capacidade de olhar as oportunidades e se os compromissos atrelados a elas são viáveis ou não”, diz.

Com a devolução da faixa, a Anatel deverá instaurar processo para verificar se a Winity tem algo ainda a pagar entre compromissos e valores da compra do espectro devolvido. Pelas regras do edital, devolução antes dos prazos de vencimento das parcelas podem acontecer, sem ônus.

“A Anatel vai conduzir um processo para averiguar se existe pendência, e o que fazer com a garantia. Vai ser aberto um processo e vamos discutir tudo o que foi feito”, afirma.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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