Vai ter disputa pelos lotes regionais em 3,5 GHz, prevê Nogueira, da Brisanet

Executivo de um dos principais ISPs do país vê cenário positivo para os pequenos financiarem entrada na 5G.

Os provedores regionais de banda larga estão ávidos pelo espectro de 3,5 GHz e vão demonstrar isso no próximo leilão de frequências da Anatel, prevê o CEO da Brisanet, um dos principais ISPs do país. José Roberto Nogueira (foto) acredita que os lotes regionais a serem licitados não apenas não vão ficar vazios, como vão ser disputados e gerar ágio.

“Os oito blocos regionais vão ter compradores e ainda vai ter competição. Em caso de ágio, sugerimos inclusive que seja convertido em obrigação de cobertura a áreas rurais”, diz. Ele tem a mesma proposta para os 700 MHz, que deseja ver oferecido em lotes menores para aos pequenos, embora isso não esteja previsto na minuta atual do edital do leilão.

A seu ver, os ISPs atravessam um bom momento, em que há opções diversas para levantar capital, participar do leilão e planejar expansão da infraestrutura. A própria Brisanet foi autorizada a emitir debêntures incentivadas. Assim como as operadoras regionais Mob Telecom e Unifique.

A Brisanet tem por planos adquirir lote de espectro para cobrir o Nordeste. Com o espectro, quer atender primeiro com banda larga fixa cidades pequenas, e implantar depois serviço móvel de baixo custo. “A ideia é começar do interior e se aproximar das capitais”, diz.

Embora ele veja disputa nos 3,5 GHz, não enxerga ISPs competindo pela faixa de 2,3 GHz, outra frequência que estará no leilão e terá blocos regionais. Segundo o executivo, o ideal é a faixa de 3,5 GHz para o 5G, enquanto os 700 MHz, se pudessem ser arrematados em lotes regionais, atenderiam áreas extensas do interior.

Para Nogueira, a Portaria 1924 acertou ao obrigar as grandes operadoras a oferecer o roaming por cinco anos para entrantes. “Dos ISPs, quem vai comprar a 5G no primeiro momento vai fazer FWA, mas é natural seguir para o móvel. E esse prazo é tempo necessário para as regionais construírem suas redes móveis em diversas cidades. Com o leilão, o Brasil tem a oportunidade agora de ver surgir novas operadoras regionais de telefonia móvel”, comentou.

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Rafael Bucco

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