V.tal é o nome da Infraco, a empresa de infraestrutura óptica da Oi

Nome V.tal foi revelado nesta quinta pelo presidente da Oi e o CCO da empresa de infraestrutura, Rodrigo Abreu e Pedro Arakawa. Empresa nasce com ativos da Oi e completa separação estrutural para garantir o funcionamento como rede neutra, afirmam.

Foi revelado hoje, 5, em evento para a imprensa, o nome comercial da Infraco, a empresa de rede neutra cujo controle a Oi vendeu para o banco BTG em julho. A unidade vai utilizar a marca V.tal

A V.tal foi criada a partir da separação estrutural dos ativos de infraestrutura de fibra óptica da Oi. A empresa lançou hoje oficialmente seu posicionamento de marca, oferecendo soluções de rede neutra FTTH fim a fim e serviços de atacado.

O posicionamento institucional define a V.tal como viabilizadora de uma rede de alta velocidade para operadoras e provedores de internet, permitindo a otimização dos investimentos, a expansão dos negócios com rápida entrada no mercado e evitando a redundância de construção de infraestrutura, que tipicamente ocorre no segmento de telecomunicações.

“O ‘V’ representa a Via, onde tem a velocidade, a visão do virtual. O ‘i’ é um ponto que se conecta a tantos outros, gerando oportunidades. O ponto é o ‘i’ que a gente verbaliza, mas não se escreve, pois representa a fibra que está lá, mas as pessoas não veem. E o ‘tal’ é porque a gente carrega o digital em nossas veias. Então ficou V.tal – o futuro passa por aqui”, explicou Pedro Arakawa, chief commercial officer da V.Tal. Ele era vice-presidente de atacado e franquias da Oi, e agora, junto com sua equipe, passa a fazer parte da operadora neutra.

A companhia já nasce provendo infraestrutura para as principais operadoras de telecomunicações do Brasil, grandes conglomerados internacionais e mais de 260 provedores regionais. Tais contratos foram herdados da Oi e sua área de atacado.

A empresa tem investimentos previstos de mais de R$ 30 bilhões até 2025, que serão garantidos por uma nova estrutura de controle, a partir confirmação da venda para o BTG e aval dos reguladores. A empresa tem cerca de 400 mil km de fibra instalada.

“A V.tal será uma referência no mercado nacional e tem ambição de contribuir para o ecossistema que vai inserir o Brasil no mapa dos países mais digitalizados do mundo”, disse Arakawa, acrescentando ainda que a companhia será também um player importante para a rápida expansão do 5G no Brasil.

“Nossa proposta é atender as mais diversas empresas de telecomunicações, das operadoras aos provedores regionais, ajudando a expandir a oferta de banda larga de altíssima velocidade em todo o Brasil”, explicou Arakawa.

Controle

A V.tal será futuramente controlada por fundos de investimento do Banco BTG Pactual, após a conclusão do processo de transferência de participação de controle, atualmente com a Oi. Esse processo foi iniciado a partir da homologação do BTG como vencedor do processo competitivo conduzido pela Oi para a venda do controle de sua operação de infraestrutura de fibra.

De maneira a garantir a neutralidade para todos os seus clientes mesmo antes da conclusão desse processo, a empresa já conta com operação comercial, governança e administração apartadas das demais operações da Oi (“Chinese Wall”). Segundo os envolvidos, o modelo assegura sua atuação em conformidade com a regulamentação e normas do mercado.

Após o fechamento da operação de alienação de controle, os fundos de investimento do BTG assumirão a responsabilidade pela gestão da companhia, e a Oi permanecerá como acionista minoritária e importante cliente da empresa. A previsão é de que a operação esteja concluída até o fim de 2021.

Para Rodrigo Abreu, CEO da Oi, o processo de mudança de controle da companhia possibilitará a expansão acelerada da fibra óptica no Brasil. “A criação da V.tal como operação neutra materializa a visão de separação estrutural proposta em nosso plano de transformação e permite o início de um novo ciclo de crescimento da infraestrutura de telecomunicações no país”, acrescentou.

Realidade fora

Apesar de ainda representar um segmento novo no Brasil, as redes neutras já são realidade no setor de telecomunicações no mundo. Adotado em vários países, como Itália, Espanha, Reino Unido, Suíça e Austrália, este modelo permite que as operadoras e provedores expandam suas operações sem a necessidade de investimentos intensivos em infraestrutura e foquem na excelência do atendimento e no lançamento de soluções inovadoras para o consumidor final, que inclusive facilita a entrada de novos players. “Fora do Brasil, por exemplo, vimos empresas de energia elétrica incluindo ofertas de banda larga via fibra para seus clientes por meio do uso de redes neutras”, lembrou Arakawa.

“A V.tal tem a infraestrutura digital nas suas veias e se destacará por ter processos de integração ágeis com as operadoras e provedores, foco na satisfação dos seus clientes, um amplo portfólio que irá muito além da fibra e acima de tudo, por ter um time apaixonado e extremamente comprometido em levar ultra banda larga para as mais diversas cidades do Brasil”, concluiu.

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Rafael Bucco

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