Usuários pós-pago podem superar os do pré em 2020

Pós continuou a crescer ao longo do ano, enquanto operadoras mantiveram a política de desligamentos de usuários com o fim do efeito clube no pré.

A Anatel publicou em sua página na internet os dados referentes aos acessos em telefonia móvel do ano de 2019. O material mostra a aproximação entre a quantidade de clientes pré-pagos e o número de assinantes pós-pagos ao longo do ano que passou.

Em dezembro de 2018 havia no Brasil 129,6 milhões de clientes pré-pagos. Em dezembro de 2019, a cifra caiu para 117,04 milhões – um encolhimento de 9,7% em 12 meses. Houve uma acentuação da queda na quantidade de pré-pagos no último mês do ano, uma retração de 2,6%.

O movimento de saída do pré-pago é explicado pelo final do efeito clube, em que um mesmo usuário tinha vários chips para travar conversas dentro de cada operadora, e assim pagar tarifas mais baixas. A Anatel decidiu reduzir os valores de VU-M (interconexão) entre as operadoras, que então reduziram preços de chamadas entre si, a ponto de não fazer mais sentido para o usuário ter múltiplos chips.

Ao mesmo tempo, para garantir a recorrência e a fidelidade do cliente, as operadoras vêm competindo ferozmente no campo do controle e do pós-pago puro. Modalidades que não pararam de crescer. Em dezembro de 2018 havia no país 99,61 milhões de assinantes pós-pagos. Em dezembro de 2019 o número saltou para 109,63 milhões, uma alta de 10%. Ou seja, o ano terminou faltando apenas 7,41 milhões de linhas para o pós alcançar o pré-pago no país.

4G dominou

No cômputo geral, 2019 registrou pouca variação na quantidade de acessos móveis. Em dezembro de 2018 havia no país 229,2 milhões de acessos celulares. O número passou a 226,67 milhões em dezembro de 2019, retração de 1,1%.

A tecnologia 4G (LTE) dominou as adições. O país ganhou 23,87 milhões de acessos do tipo, e encerrou dezembro com base de 153,73 milhões de chips ativos. Enquanto 3G e 2G despencaram. O 3G fechou com 42,81 milhões de acessos, encolhimento de 21,7%.

O 2G, por sua vez, cresceu um pouco, devido a uma aparecente correção de dados históricos coletados pela Anatel na virada de 2018 para 2019, possivelmente pela adição à conta dos dados de M2M. Terminou o ano de 2019 com 30,12 milhões de usuários, mais do que os 24,8 milhões de dezembro de 2018. Entre janeiro e dezembro, no entanto, a queda foi constante, com 4 milhões de desligamentos.

Os dados da Anatel mostram ainda que a disputa pelo segundo lugar entre as operadoras Claro e TIM foi a tônica de 2019. Ambas terminaram empatadas em número de acessos totais, com 24% de market share na telefonia móvel. A balança deve pender a partir de janeiro deste ano para a Claro, no entanto, uma vez que a Nextel, com 3,5 milhões de usuários, foi incorporada e deverá entrar em seus cálculos.

A Vivo, por sua vez, manteve a dianteira, com participação de 32,9% do mercado móvel, enquanto a Oi era a quarta colocada, com fatia de 16,2%.

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Rafael Bucco

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