Uso de dispositivos móveis para pagamentos cresce de 8% para 21% em um ano

A maior familiaridade do brasileiro é com o in-app (usado em aplicativos como de transporte ou de refeição), revela a pesquisa da Minsait Payments que também apurou aumento no uso de cartão de crédito - de 47% para 52% entre os bancarizados e queda no uso de dinheiro de 40% para 25%

Antes mesmo da pandemia os brasileiros já vinham acelerando a adoção de ferramentas digitais. De acordo com a Minsait Payments, os brasileiros triplicaram o uso de pagamentos via dispositivos móveis em um ano: em 2018, apenas 8% dos consumidores declararam ter usado esse meio de pagamento no último mês, porcentual que subiu para 21% em 2019.

O IX Relatório de Tendências de Meios de Pagamentos apresenta anualmente informações sobre a evolução dos meios de pagamento em 11 países da Europa e da América Latina e, para isso, usa dados de mais de 4 mil cidadãos e entrevistas de 45 executivos do setor de meios de pagamento dessas regiões. E mostra que há vasto espaço para crescer no Brasil.

Ainda de acordo com o relatório, quando divididos por categorias (Pagamento NFC, QR code dinâmico, QR code estático e Pagamento in-app), é possível ver que os brasileiros têm grande familiaridade com o in-APP – usado por exemplo em aplicativos de transporte e de comida –, indicado por 44% dos entrevistados. Também são bastante relevantes os pagamentos com QR Code, em detrimento dos NFC (comportamento totalmente inverso ao da Europa e mais especificamente, do Reino Unido).

Considerando o cenário brasileiro na evolução dos meios de pagamento, Ricardo Granados, head da Minsait Payments no Brasil, aponta que a situação no país é desafiadora. Isso porque há uma barreira a ser superada no país: a desconfiança ou irrelevância do recurso para boa parte da população.

“Além disso, muitos dos entrevistados relataram que a falta de aceitação desse meio de pagamento por estabelecimentos comerciais também é uma barreira para seu uso frequente. São fatores que, sem dúvida, vão exigir atenção especial dos empresários especialmente no contexto pós-COVID”, explica Granados.

O interesse das empresas em explorar esse mercado é grande, apesar de tudo. De acordo com o relatório, há uma infinidade de players concorrendo para dominá-lo, sendo a concorrência mais acirrada entre os fabricantes de dispositivos (respondem por 29% desse mercado), os bancos (27%) e os meios de pagamento como MercadoPago (27%).

“O Brasil tem um grau de evolução de meios de pagamento maior do que o restante da América Latina. Isso pode ser observado quando analisamos, por exemplo, que o cartão de crédito ou débito já é considerado o principal meio de pagamento utilizado por metade dos brasileiros bancarizados, ocupando o lugar do dinheiro físico. As transferências também estão crescendo de forma significativa e devem permanecer assim, especialmente após a aprovação de novas iniciativas como o PIX”, reforça o executivo.

Cartão de crédito

O relatório revela que o uso de cartões de crédito subiu de antes, 47% para 52% da população bancarizada – acima até mesmo do índice registrado pela América Latina, de 49%. Ao mesmo tempo, o uso do dinheiro físico caiu de 40%, em 2018 para 25% no ano passado – inferir ao registrado na América Latina em geral, de 31%.

Ainda de acordo com o relatório, o Brasil é o país que cresceu de forma mais significativa em termos de multibancarização: em 2018, 47% das pessoas operavam com mais de um banco, percentual que subiu para 62% em 2019. Ou seja, cada vez mais, os brasileiros são menos “fiéis” a uma instituição financeira só. Isso  favorece a entrada de novos players, como grandes empresas de tecnologias e neobancos, como o Nubank. Os números mostram uma reação positiva também das instituições ditas ‘tradicionais’, que concordam em cooperar com essas novas empresas de tecnologia.

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Da Redação

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