Uma após outra, big techs deixam a Rússia

Lista de empresas que pararam ou reconfiguraram suas operações no país inclui Microsoft, Google, Apple, YouTube, Facebook, Twitter, Netflix, Spotify, Roku e Intel.
Catedral de São Basílio - Moscou Rússia | Credito: Freepik
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À medida que o conflito na Ucrânia continua, mais corporações ocidentais estão cortando laços com a Rússia. A lista de empresas que pararam ou reconfiguraram suas operações na Rússia estão várias big techs, entre elas Microsoft, Google, Apple, YouTube, Facebook, Twitter, Netflix, Spotify, Roku e Intel.

Enquanto a Netflix interrompeu seu serviço no país, o TikTok (BDNCE) suspendeu novos conteúdos. KPMG e PricewaterhouseCoopers, duas das quatro grandes empresas de contabilidade, também romperam seus negócios na Rússia.

Vladimir Putin decretou que os detentores de títulos estrangeiros devem ser pagos em rublos como forma de servir a dívida enquanto os controles de capital permanecem em vigor.

Na sexta, 4, a Microsoft avisou que estava suspendendo todas as novas vendas de seus produtos e serviços na Rússia. O presidente e vice-presidente Brad Smith também disse que a empresa está interrompendo “muitos aspectos” de seus negócios no país em conformidade com as sanções do governo. Ainda afirmou que a  Microsoft continuará ajudando na segurança cibernética ucraniana.

A Apple não só parou de vender seus produtos na Rússia como passou a limitar o acesso a serviços digitais, como o Apple Pay, dentro da Rússia, e restringiu a disponibilidade de aplicativos de mídia estatal russos fora do país.

Várias medidas

A Meta, controladora do Facebook, tomou várias medidas. Disse, na semana passada, que bloquearia o acesso aos meios de comunicação russos RT e Sputnik em toda a União Europeia.

A medida ocorre depois de receber “pedidos de vários governos e da UE para tomar mais medidas em relação à mídia controlada pelo Estado russo”, segundo escreveu Nick Clegg, vice-presidente de assuntos globais da empresa, em um tweet.

A Meta também avisou que aplicou restrições algorítmicas à mídia estatal russa para impedir que ela apareça com destaque nos feeds dos usuários.

O Twitter também anunciou planos para “reduzir a visibilidade e a amplificação” do conteúdo da mídia estatal russa.

Na quarta, 2, o Spotify já havia avisado que fechou seu escritório na Rússia “indefinidamente” e restringiu shows “de propriedade e operados pela mídia estatal russa”. O serviço de streaming removeu todo o conteúdo do RT e do Sputnik na Europa e em outras regiões, disse um porta-voz da empresa.

“Nossa primeira prioridade, na semana passada, foi a segurança de nossos funcionários e garantir que o Spotify continue a servir como uma importante fonte de notícias globais e regionais em um momento em que o acesso à informação é mais importante do que nunca”, disse um porta-voz da empresa.

Na quinta, 3, a Intel interrompeu todas as remessas de seus produtos para a Rússia e a Bielorrússia.

Junto a tudo isso, a Roku, uma empresa que vende hardware que permite aos usuários transmitir conteúdo pela Internet, baniu o RT em todo o mundo.

Google e YouTube

O YouTube, que pertence ao Google, disse no fim de semana que bloqueou a mídia estatal russa na Ucrânia, incluindo o RT. A plataforma de vídeo também avisou que estaria “limitando significativamente as recomendações para esses canais”.

O Google e o YouTube também disseram que não permitirão mais que os meios de comunicação estatais russos exibam anúncios ou monetizem seu conteúdo.

Tudo isso tem um prejuízo, que supostamente chega a 2% do faturamento global, mas, procurado pelo TS, o Google disse que não vai comentar seu procedimento.

O caso Netflix

A Netflix havia avisado no domingo que suspenderá seu serviço na Rússia.

“Dadas as circunstâncias no terreno, decidimos suspender nosso serviço na Rússia”, disse um porta-voz da Netflix à CNN.

Nenhum outro detalhe foi fornecido.

Anteriormente, a empresa disse que estava se recusando a transmitir canais de TV estatais russos no país, algo que o streamer seria obrigado a fazer pela lei russa a partir desta semana.

“Dada a situação atual, não temos planos de adicionar esses canais ao nosso serviço”, disse a empresa à CNN Business.

Isolamento financeiro

A ação de isolamento da Rússia pelas big techs ganhou reforço das gigantes do pagamento Visa e Mastercard. As duas suspenderam as operações na Rússia.

Cartões emitidos por bancos russos não serão mais suportados por suas respectivas redes de pagamento e cartões emitidos fora da Rússia não funcionarão mais no país.

Além das big techs, American Express e PayPal também anunciaram que suspenderiam as operações, horas depois que o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy pediu às empresas que arquivassem negócios na Rússia, durante uma videochamada com legisladores dos EUA.

No final do mês passado, os EUA cortaram o acesso da Rússia à indústria ocidental de chips.

Mais de 1,5 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início dos ataques russos, em 24 de fevereiro, segundo as Nações Unidas.

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José Norberto Flesch

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