UM Telecom volta ao jogo do leilão do 5G após alterações no edital

O CEO da operadora, Rui Gomes, busca fazer consórcio entre empresas do Nordeste, mas não descarta ir sozinho ao leilão para arrematar a frequência de 26 GHz.

A UM Telecom vai participar do leilão do 5G, marcado para o dia 4 de novembro. A informação é do CEO da operadora Rui Gomes, em entrevista ao Tele.Síntese. O alvo é o lote regional na faixa de 26 GHz, que pode ser arrematado em conjunto com três ou quatro provedores do Nordeste, mas não descarta a possibilidade de seguir sozinho. 

“Essa modificação da frequência de 26 GHz para gente foi muito positiva, eu bato palmas para a Anatel, o presidente Leonardo [de Morais], o Abraão [Silva], o conselheiro [Emmanoel] Campelo e todo o pessoal que tornou possível a participação das PPPs [Prestadoras de Pequeno Porte], mesmo que seja em consórcio”, disse Gomes. Para ele, a redução do tamanho dos lotes (de 400 para 200 MHz) e até do período de uso (de 20 para 10 anos) diminuíram o preço mínimo do lote do Nordeste a um quarto do que estava previsto, de R$215 milhões para R$ 52 milhões. 

Para o executivo, a agência abriu uma oportunidade única para que as PPPs participarem do leilão da faixa de 26 GHz. “Se as empresas querem prosperar, precisam estar dentro do 5G e o edital proporcionou nosso sonho se tornar mais palpável”, disse.

Gomes busca fechar um consórcio com mais três ou quatro operadoras do Nordeste. Segundo ele, em consórcio a conta fecha mais rápido, uma vez que o ARPU da região é muito baixo. A banda larga via FWA e Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) são os focos da operadora, que atende ao mercado corporativo. 

-É muito importante a gente conectar coisa, uma erb do 5G vai proporcionar a conexão de mais de 20 mil devices, por isso é fundamental ter essa frequência. E para a banda larga fixa, contar com backbone de rádio em toda a região Nordeste é imprescindível para que possamos prosperar”, afirmou o CEO da Um Telecom. 

De acordo com Gomes, ter telefonia móvel e FWA é um bom plano de negócio para o futuro, com soluções completas que a sociedade demanda. “Nós, PPPs já temos bastante fibra, ou seja, a infraestrutura está quase pronta, é só botar as antenas”, afirmou. 

A estimativa da UM Telecom é de que a instalação de cada antena chegue a R$ 150 mil, mas com a formação do consórcio, pode-se compartilhar os custos, inclusive do core da rede. “Temos que correr porque o tempo é curto”, disse, lembrando que as propostas precisam ser entregues na Anatel no dia 27 deste mês. 

A ideia do consórcio é de levar o 5G onde as grandes operadoras não têm interesse econômico. “Cidades como Salgueiro, Orobó, Ouricuri, que têm o nível de renda muito baixo, sem as PPPs, vão demorar bastante para ter acesso a essa tecnologia”, disse. 

Outro mercado que a UM Telecom busca é de rede privativa. Para isso, não precisa adquirir frequência, apenas solicitar a autorização à Anatel. Assim como o uso secundário de espectro, mas nesse caso, ainda aguarda alguma regulamentação. “Ainda falta segurança jurídica nessa área”, disse Gomes. 

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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