Box Brasil quer plataformas brasileiras nas TVs conectadas

Segundo Aragon, essa seria uma das formas para que os players independentes pudessem disputar a guerra de atenção com as grandes plataformas internacionais.
Cicero Aragon, Diretor Presidente da Box Brasil - Crédito: TV.Síntese
Cicero Aragon, Diretor Presidente da Box Brasil – Crédito: TV.Síntese

Além de uma regulação do audiovisual por incentivo assimétrico em toda a cadeia, o diretor-presidente da Box Brasil, Cícero Aragon, defende especial apoio às plataformas nacionais para disputarem a guerra de atenção. Segundo ele, as grandes empresas internacionais gastam uma fortuna em publicidade, ganham mais assinantes e mais propaganda e alcançam a sustentabilidade. 

Aragon, que participou nesta sexta-feira, 8, de live do Tele.Síntese, ressalta que é preciso ter cuidado para que as novas regulações não criem uma nova concentração. “Hoje nós temos um movimento das grandes operadoras indo para o streaming, ofertando o serviço em condições muito interessante para o público, ao mesmo tempo, temos plataformas brasileiras como a nossa, que estão tentando brigar pelo que está se chamando a guerra da atenção, que passou a ser a grande questão”, disse. 

Segundo Aragon, se o Brasil tiver 10, 15, 20 players, as plataformas brasileiras independente terão 20 potenciais clientes para o conteúdo audiovisual brasileiro. “Se essas plataformas não forem incentivadas, no médio prazo, pela concentração que está se vendo nos grandes grupos econômicos, que estão comprando e se fundindo, nós acabaremos com 5, 6 plataformas fortes, voltaremos a 10 anos atrás, tendo que regularizar cotas”, ressaltou. 

Uma saída, para Aragon, é incentivar a inclusão de app de plataformas brasileiras independentes nas TVs conectadas produzidas na Zona Franca de Manaus. “Esses botões custam muito caro e são resolvidos em grandes negócios em nível mundial e a taxa cobrada é de 30% da receita das plataformas conectadas, o que inviabilizaria o negócio”, disse. 

Aragon afirmou que a Box Brasil tem uma parceria com a Claro, que garante uma grande visibilidade e garante 10 vezes mais clientes do que os obtidos diretamente pela plataforma. Ele disse que contribuição nesse sentido será apresentada na consulta pública sobre as alterações na legislação  TV paga, do MCom, que se encerra na próxima terça-feira, 12. 

Avatar photo

Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

Artigos: 1588