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Trump cede e empresas americanas poderão vender à Huawei

Presidente dos EUA diz que empresas do Vale do Silício ficaram "chateadas" com proibição de vender componentes para a gigante chinesa. Afirma também que não decidiu se Huawei será tirada da lista de companhias que ameaçam a segurança nacional.
Presidente dos EUA, Donald Trump, em coletiva de imprensa no sábado, 29 de junho, em Osaka, no Japão, durante a cúpula do G20 (Foto: Casa Branca / Shealah Craighead)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no sábado, 29, que empresas norte-americanas poderão continuar a vender produtos para a chinesa Huawei. A declaração se deu em coletiva de imprensa ocorrida em Osaka, no Japão, durante o G20, onde ele se encontrou com presidente chinês Xi Jiping.

“Nós enviamos e vendemos para a Huawei uma quantidade enorme de produtos que são embarcados nas várias coisas que eles fabricam. Então eu falei, ok, nós vamos continuar vendendo. São empresas americanas que fazem esses produtos, que são muito complexos, altamente científicos”, afirmou, referindo-se aos componentes consumidos pela Huawei e que equipam de smartphones a hardware da gigante para redes de telecomunicações mundo afora.

Desde o anúncio do banimento da Huawei a Casa Branca era pressionada por empresas de tecnologia norte-americanas a rever a decisão. Estas poderiam vender para a chinesa apenas até meados de agosto. “Concordei que elas continuem a vender estes produtos. Essas empresas estavam tendo um problema. Não estavam felizes em não poder mais vender porque não tinham nada a ver com o que estava potencialmente acontecendo em relação à Huawei”, disse. E completou, afirmando que as fabricantes locais estavam muito “chateadas” com o embargo.

Trump evitou explicar se a Huawei será retirada da lista de empresas estrangeiras que representam risco à segurança nacional. A presença na lista é que fez com que companhias norte-americanas não pudessem vender seus produtos para a fabricante chinesa. “Estamos analisando isto cuidadosamente”, disse.

Acrescentou que, se a Huawei ainda terá ou não liberdade para operar nos EUA, vai depender do resultado do acordo comercial que o país vem discutindo com a China. “Essa questão vai ficar para o final”, disse.

O presidente dos EUA afirmou ainda que não discutiu no encontro com Jiping a situação de Sabrina Meng, CFO e filha do fundador da Huawei, presa no Canadá a pedido dos EUA. “Falamos de Huawei, mas não da situação dela”, disse.

Guerra comercial

Na coletiva, Trump afirmou que o país estava retomando as negociações bilaterais com a China a respeito de um tratado de comércio e que não iria elevar tarifas sobre US$ 325 bilhões de produtos chineses que desembarcam no país todo ano.

Ambos os países vinham negociando tarifas de importação sobre seus produtos desde 2018. Mas as conversas foram interrompidas pelos EUA em maio, com anúncio do banimento da Huawei do mercado local.

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