Trabalhadores, Vikstar e Vivo chegam a acordo

Acordo prevê pagamento, segundo advogados da Vikstar, de R$ 84 milhões pela Vivo para arcar com a demissão de 9,5 mil pessoas. Operadora confirma acordo, mas não reconhece o montante estimado.

Os trabalhadores da Vikstar, empresa de call center que atendia a Telefônica Vivo, aceitaram proposta para desligamento em massa. O acordo foi assinado na segunda-feira, 17 de maio, e prevê duas opções de demissão: normal, com rescisão contratual conforme as regras trabalhistas, e por adesão a Plano de Demissão Incentivada, pelo qual o funcionário recebe um bônus salarial de 20% para cada ano trabalhado, até o limite de um salário e meio.

O acordo foi registrado no Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região, no Piauí. A Vivo era o único cliente da empresa.

“Os trabalhadores terão suas rescisões garantidas para seguirem a vida profissional, visto que já perderam o emprego. A ação conjunta e de unidade dos sindicatos Sintel-PI, Sintel-PR e Sintratel-SP foi determinante”, diz Marco Aurélio de Oliveira, presidente do Sintratel-SP. A seu ver, em São Paulo, a maior parte das adesões deve se dar à rescisão contratual comum. No caso trabalhadores com estabilidade, como gestantes, a adesão ao PDI autoriza o fim da estabilidade.

Segundo João Augusto Ferreira, sócio do BNZ Advogados, responsável pela área de reestruturação de dívidas em solvência do escritório, o PDI abrange 9,5 mil pessoas, entre empregados atuais e que saíram da Vikstar recentemente. “A expectativa é desmobilizar, no momento, 8 mil pessoas”, explica.

Além do bônus por tempo de casa, o acordo prevê pagamento de incentivo equivalente a 20% do salário base para quem tiver uma ano de empresa e 30% para quem tiver mais tempo. Todos os funcionários recebem o que é garantido por lei, como FGTS, adicional de rescisão de 40%, férias proporcionais e 13º.

Alcance

“A Vivo adiantará o valor à Vikstar, exatamente o valor do pagamento dos trabalhadores. A estimativa é que o custo total seja de aproximadamente a R$ 84 milhões”, afirma. A Telefônica, por sua vez, afirma que não reconhece o valor estimado pelo advogado da Vikstar. Mas confirma participação no acordo.

“A Telefônica confirma ter negociado em 17 de maio o Acordo Coletivo de Trabalho com Vikstar, Sinttel PI, Sinttel PR e Sintratel SP com o Tribunal Regional do Trabalho do Piauí, direcionado exclusivamente aos colaboradores da Vikstar que prestavam serviços de call center e televendas para a Telefônica”, diz a operadora em nota.

Delané Mayolo, fundador do escritório de mesmo nome de Porto Alegre, negociou o acordo juntamente com Ferreira, do BNZ, em nome do call center. “A Vikstar possuía mais de 8 mil empregados distribuídos por São Paulo, Votuporanga, Barretos, Londrina e Teresina. O acordo vai permitir o pagamento de todas as verbas de rescisão”, ressalta.

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Rafael Bucco

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