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TIM espera sinergias de até R$ 19 bilhões pela compra de fatia da Oi Móvel

CEO da companhia, Alberto Griselli diz que valor será de no mínimo R$ 16 bilhões e pode chegar a R$ 19 bilhões colhidos até 2042. Empresa aposta nas economias vindas do uso de espectro e de 2,8 mil novos sites.
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Alberto Griselli, CEO da TIM – crédito: divulgação

O CEO da TIM, Alberto Griselli, detalhou na manhã desta segunda-feira, 25, os reflexos financeiros e sinergias da compra de parte da Oi Móvel para o grupo. Segundo ele, a TIM vai colher sinergias de pelo menos R$ 16 bilhões, mas que podem chegar a R$ 19 bilhões no melhor cenário, até 2042. Antes, até 2030, a tele espera capturar 45% desse total. O valor não desconta o preço da aquisição de R$ 7 bilhões, no entanto.

O ganho virá de oportunidades comerciais abertas com a adição de espectro, antenas e clientes à base da TIM. A operadora vai receber 16,4 milhões de usuários, dos quais 44% são pós-pagos; 49 MHz de espectro; e 2,8 mil antenas.

“A transação é um divisor de águas para a TIM e traz clientes em áreas onde a operadora tinha menor participação de mercado”, observou Griselli. Segundo ele, a operadora passará a ter mais espectro por clientes do que as rivais Claro e Vivo. Pelas contas da operadora, a TIM terá 4,1 MHz por cliente no país, contra 3,9 MHz da Claro e 3,3 MHz da Vivo – já considerando as faixas compradas no leilão 5G de novembro.

Ele afirma que a TIM terá o maior número de cidades cobertas com rede celular com a adição das estações da Oi Móvel. Também terá a maior população coberta.

Prazos de retorno

Griselli contou a maior parte das sinergias virão de economias em Capex e Opex até 2042. Neste âmbito, a empresa prevê recuperar R$ 12 a R$ 13 bilhões.

O executivo prevê ganhos de R$ 4 a R$ 5 bilhões na esfera comercial graças ao ganho de escala, diluição de custos fixos, redução do churn (rotatividade de clientes) e criação de novas oportunidades de receita. Os resultados disso começam a ser percebidos em seis meses a um ano.

Por fim, ele comentou que haverá ainda efeitos tributários positivos para a TIM, que deve receber R$ 700 milhões. O “descomissionamento” de sites (venda ou desligamento de torres e antenas redundantes) deve gerar R$ 300 milhões para a companhia.

A compra de parte da Oi Móvel vai acrescentar, já neste ano, R$ 1,8 bilhão às receitas da TIM e R$ 1,1 bilhão ao EBITDA (lucro antes impostos, juros, depreciações e amortizações).

A CFO do grupo, Camille Loyo Faria, lembrou que a TIM vai pagar até R$ 7,3 bilhões à Oi pela fatia adquirida, a depender de metas a serem alcançadas ao longo dos próximos 12 meses.

Daqui a um ano a SPE Cozani, empresa criada para reunir os ativos comprados pela TIM, será incorporada.

Após o pagamento, recolhimento de Fistel e contribuições à EAF e EACE, a TIM fechará o ano com índice de dívida líquida sobre EBITDA de 2x. Este valor vai cair, promete, para 1,6x até 2024.

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