TIM conclui emissão de R$ 1,6 bi em debêntures incentivadas

Operação foi a maior emissão de de títulos vinculados a metas ESG do Brasil. Recursos arrecadados serão investidos em infraestrutura

A TIM emitiu R$ 1,6 bilhão em debêntures vinculadas a metas ESG, na maior operação dessa natureza já realizada por uma companhia brasileira. Trata-se da primeira emissão de caráter sustentável feito por uma empresa de telecomunicações no país.

Todos os recursos arrecadados serão destinados para investimentos em infraestrutura, conforme projeto aprovado pelo Ministério das Comunicações (MCOM). Mas o montante é uma parcela do total autorizado pelo governo para a companhia emitir. Ao todo, a tele pode colocar até R$ 5,7 bilhões de títulos incentivados no mercado.

Os recursos obtidos por meio da emissão serão destinados para o financiamento de projetos de implantação, ampliação e modernização de redes fixa e móvel em diferentes tecnologias, incluindo 5G, com o objetivo de melhorar a qualidade e a disponibilidade de serviços oferecidos pela TIM.

A operação é coordenada pelo Itaú BBA e os títulos do tipo SLB – sigla para a expressão em inglês Sustainable Linked Bond – serão ancorados em duas metas, uma ambiental e outra social. São elas: o aumento da ecoeficiência no tráfego de dados e a expansão da rede de tecnologia 4G.

“A conclusão dessa emissão de debêntures consolida a longa trajetória da TIM no terreno da sustentabilidade e das práticas sociais”, diz o CEO da companhia, Pietro Labriola. “A preocupação da TIM com seu papel social e ambiental não começou agora. Vem do tempo em que ainda nem se usava o termo ESG. A empresa se orgulha em sempre ter conduzido negócios de forma responsável e com governança.”

A TIM é, desde 2008, signatária do Pacto Global da ONU e está há 13 anos consecutivos no ISE, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, a bolsa de valores brasileira. É a única companhia do setor de telecomunicações a fazer parte do Novo Mercado, segmento da B3 voltado exclusivamente para empresas com alto grau de governança e propósito social.

Metas

As debêntures estão vinculadas a metas sustentáveis apresentadas de forma detalhada. A empresa estabelece como compromisso aumentar em 80%, até 2025, a ecoeficiência no tráfego de dados, que consiste em reduzir o gasto de energia mantendo a qualidade de produtos e serviços, independentemente do aumento do uso de dados pelos clientes. Para isso, é necessário promover a modernização de rede, o compartilhamento de infraestrutura e a consolidação de plataformas visando à simplificação de arquitetura.

A segunda meta definida é levar a tecnologia 4G a todos os 5.570 munícipios do Brasil até 2023. A TIM já é líder em cobertura de quarta geração no país, fazendo chegar essa tecnologia a 4.154 municípios. A dimensão social da expansão da rede ficou evidente com a pandemia, que confirmou como a conectividade é essencial para reduzir desigualdades, incrementar a atividade econômica e garantir acesso a serviços de saúde e educação. É importante mencionar que a TIM é a primeira operadora a se comprometer com o objetivo de levar o 4G para todos os municípios do Brasil.

Cultura corporativa

Numa iniciativa pioneira para o setor, a TIM instituiu, no final de 2020, um comitê do mais alto nível dedicado ao assunto e diretamente vinculado ao Conselho de Administração. O próprio CEO da empresa integra esse comitê, encarregado de estimular, viabilizar e acompanhar a execução de projetos ESG. Por fim, no Relatório ESG divulgado em maio, a companhia assumiu 15 compromissos claros e ambiciosos distribuídos pelos pilares ambiental, social e de governança.

Para garantir ainda que as metas escolhidas para ancorar as debêntures fossem suficientemente robustas e confiáveis, elas foram submetidas à uma verificação independente, a cargo do Bureau Veritas, líder mundial em serviços de teste, inspeção e certificação. Pelas regras do mercado financeiro, esse não é um procedimento obrigatório. Mas a TIM considerou que uma segunda opinião, emitida por um escritório de análise especializado, serviria para dissipar quaisquer dúvidas sobre a adequação da iniciativa.

“Essa operação é um grande exemplo de como o mercado local está acompanhando a tendência internacional de fortalecimento dos títulos sustentáveis. Enquanto instituição financeira, estamos comprometidos a auxiliar nossos clientes na transição para uma economia mais sustentável, seguindo metodologias e diretrizes específicas para a estruturação de emissões ESG que contem com uma boa governança, ou o ‘G’ da sigla”, afirma Guilherme Maranhão, responsável por operações de renda fixa do Itaú BBA.

“Além da verificação externa (ou second party opinion – SPO), a TIM também se preocupou em trazer a máxima transparência possível a sua operação. Nesse sentido, foi a primeira empresa brasileira a preparar e tornar público o seu framework para títulos e empréstimos sustainability linked – nas versões português e inglês – para captação no mercado local, ligando a estratégia da companhia às metas selecionadas”, completa Luiza de Vasconcellos, especialista ESG na área de renda fixa do Itaú BBA.

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Da Redação

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