Testes no Nordeste indicam que interferência da 5G na TVRO pode ser mitigada

Wilson Cardoso, CSO da Nokia para a América Latina, diz que resultados serão apresentados à Anatel e à sociedade.
Wilson Cardoso, CSO da Nokia para a América Latina / Foto: imagem da live

Nokia afirma ter alcançado resultados positivos em testes realizados no Nordeste e cita retomada de trabalho sobre a convivência entre as duas tecnologias Rio de Janeiro em conjunto com a Anatel e demais operadoras

Testes realizados pela Nokia com parceiros no Nordeste do Brasil mostram que existem e são aplicáveis condições de mitigação da 5G em relação ao serviço de TVRO e satélite. É o que se espera o CSO da Nokia para a América Latina, Wilson Cardoso, acerca dos testes suspensos por conta da pandemia e retomados nesta semana no CRT (Centro de Referência Tecnológica) da Claro, na cidade do Rio de Janeiro, em parceria com a Anatel e operadoras de telecomunicações,

Cardoso deu essas informações durante entrevista coletiva sobre 5G realizada em live hoje, 27, pela Nokia e  Omdia.  “Assim que os testes forem concluídos, nós vamos compartilhar os resultados com a Anatel e com a sociedade. A boa notícia é que a mitigação é possível de ser feita dentro das condições de contorno”, afirmou.

O executivo comentou que a equação da 5G ficou condicionada, de forma que fosse assegurada a recepção do sinal de TV aberta e gratuita por meio desses sistemas. Lembrou que a Anatel já afirmou que fará a migração da TVRO  se não houver a produção pela indústria de um filtro seguro contra interferência da 5G.

Leilão 100%

Ao ser questionado sobre o modelo de edital do leilão de frequências da 5G, no segundo trimestre de 2021, Cardoso afirmou que “o perfeito seria que ele fosse não arrecadatório”. Na opinião da empresa, disse que deveria ser “puramente puxando os investimentos e não a arrecadação para o governo”.

O Chile, por exemplo, está em processo de edital do 5G. Por lá, as operadoras que oferecem a maior cobertura em diferentes bandas terão o espectro garantido, segundo Wilson. “É uma combinação de maior cobertura com preço mínimo. Nós sempre defendemos os leilões que buscam mais investimento do que arrecadação. A experiência chilena é um bom exemplo que podemos observar e trazer para o Brasil”, destacou.

O executivo disse acreditar que “a pandemia está afetando a indústria como um todo, mas ela não deveria ser um fator para retardar”.

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Abnor Gondim

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