Teles já veem 5G para além da tecnologia

Os executivos das operadoras falam em migração gradual para a nova tecnologia, e o que se debate são os novos usos que ela terá.

 

shutterstock_Grey Carnation_Tecnologia_Tendencia_Telefonia_Movel_5GBarcelona –  As operadoras de telecomunicações de todo o mundo já não veem mais a chegada da quinta geração (5G) da telefonia móvel com o mesmo receio de anos atrás, de que a tecnologia iria exigir um enorme volume de investimentos, sem que se soubesse direito para o quê. Agora, os seus executivos têm a certeza de que a 5G vai mudar completamente o atual modelo de negócios, começam a experimentar  as primeiras aplicações,  e têm a certeza de que “é um processo sem fim”, conforme disse o  vice-presidente da Verizon, Adam Koeppe no primeiro dia do MWC.

“As questões fundamentais da tecnologia já estão lançadas e o nosso trabalho é levar a evolução tecnológica para nossos clientes”, afirmou ele. A operadora norte-americana tem pressa. Koeppe assinalou que a empresa continua a mirar no lançamento da quinta geração “o mais rapidamente possível”.

Para Bruno Jacobfeuerborn, CTO da Deutsche Telekom, o desafio da indústria será  “ir além da tecnologia”. O que, no seu entender, vai demandar mudanças estruturais na indústria. Para o executivo, as operadoras aprenderam a fazer a virtualização e redes mais inteligentes. Mas ainda precisam entender qual é o negócio da 5G, alerta.

Seixo Onoe, VP de tecnologia da NTT DoCoMo, está mais otimista que seus parceiros europeus em relação aos custos da migração. Ele lembrou que a sua operadora gastou 1 bilhão de yens para implantar a 3G, e ,alguns anos depois, o Capex para o lançamento da 4G foi menor, de 600 milhões de yens. Ele acredita que a 5G irá precisar de menos recursos. “Na migração da 4G para a 5G, nós ampliamos em mais de mil vezes a capacidade da rede”, lembrou. Conforme o executivo, a NTT irá lançar a 5G em 2020, e os trials começam no próximo ano.

Muita capacidade

Mas os desafios não são pequenos, alertou Daian Warren, chefe do instituto de pesquisa em 5G da Samsung. “Irá exigir 10 vezes mais largura de banda por conexão, a latência terá que ser imperceptível e demandará 50 Mbps por cada conexão, em todos os lugares”, disse.

Enrique Blanco, CTO da Telefónica, por sua vez, assinalou que a 4G continua a exercer um papel importante na estratégica do grupo. “Entendemos que (a 5G) é um processo gradual nessa jornada”, enfatizou.

A jornalista viajou a convite da Huawei

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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