Telefônica reabriu metade de suas lojas no Brasil

Estabelecimentos reabertos ficam no interior e ainda não têm fluxo de pessoas igual ao que era registrado antes da pandemia. No pré-pago, companhia viu tombar quantidade de recargas, mas números aumentaram em abril.
Brasilia, 22 de maio de 2019 – Telebrasil 2019 – Foto: Saulo Cruz / Themapress

A Telefônica Vivo já está com metade das 1,5 mil lojas próprias reabertas no Brasil. A companhia fechou os estabelecimentos temporariamente em meados de março, como uma das medidas de contenção da Covid-19. Em abril, as lojas já começaram a ser reabertas, até a marca atual.

O CEO da operadora, Christian Gebara, explicou em conferência de resultados com analistas que essa reabertura de lojas se deu apenas em cidades pequenas do país.

“Em grandes cidades, grandes capitais, as lojas continuam fechadas, então a proporção de lojas reabertas não equivale à proporção de vendas nesse canal”, frisou.

Isso porque o maior volume das receitas com vendas de planos e aparelhos se dá nas lojas das capitais, acrescentou. E também disse que, nas unidades reabertas, o fluxo de pessoas ainda está abaixo dos patamares pré-Covid-19.

No primeiro trimestre, a Telefônica Vivo teve receita de R$ 581 milhões com venda de aparelhos, queda de 2,9% sobre o mesmo período de 2019.

Abril melhor que março

Gebara contou que a quinzena final de março foi dramática, com um acentuado tombo nas vendas aparelhos celulares. O fechamento das lojas foi o principal fator. Mas ele também enxerga o encarecimento dos produtos em função da alta do dólar, como uma variável que surtiu efeito, ainda que pequeno.

Já em abril, o cenário melhorou. “Vimos as pessoas voltando aos canais, inclusive online”, disse. Ele ressaltou que ainda é muito prematuro traçar previsões, uma vez que as variáveis são muitas: não se sabe a duração da pandemia, quais medidas de controle serão implantadas, nem o impacto sobre o desemprego nos próximos dias.

“Então temos que esperar um pouco para ser mais precisos [a respeito da retomada de vendas de aparelhos]. Se por um lado o dólar encarece, pode ser que menos pessoas viajando ao exterior aumente vendas aqui. Mas ainda é muito cedo, o que vemos é que abril foi melhor que o final de março”, reiterou.

Pré-pago

O executivo disse que o mesmo fenômeno se deu no pré-pago. Neste caso, houve queda acentuada nas recargas em função do fechamento dos estabelecimentos comerciais parceiros, onde boa parte das recargas de créditos acontecem. Em abril, a Vivo também registrou melhora dos índices de recarga.

“O pré-pago estava crescendo bem em janeiro e fevereiro, e o resultado foi muito impactado na quinzena final. Agora em abril, vemos uma melhora, bem melhor que no final de março. Mas ainda é cedo para dizer como será daqui para frente. Temos que ver o desemprego”, falou Gebara.

Pós-pago

Gebara também descartou a possibilidade de os clientes do pós-pagos partirem para o downgrade, trocando seus planos para ofertas pré-pagas em função da crise gerada pela Covid-19.

“O pós-pago tem muitos benefícios em relação a consumo de dados, e vimos menos de 50% das pessoas ficando em casa. Então as pessoas continuam usando mobilidade. Esperamos que em breve as pessoas possam voltar a circular, então não vejo porque fariam o downgrade”, falou.

Caso a operadora detecte o movimento, pretende agir para proteger a base. “Temos propostas de valor pensadas”, destacou. E lembrou que o churn no pós caiu neste trimestre, o que mostra menor disposição dos usuários em migrar para concorrentes.

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Rafael Bucco

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