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MWC

Telefónica cobra marco regulatório que garanta a sustentabilidade das operadoras

Na abertura do MWC 21, CEO da Telefónica pede ação dos reguladores na nova era de digitalização que se abre com tecnologias como big data, nuvem, IoT e inteligência artificial. E que seja feito um pacto para que o ser humano esteja no centro das transformações.
O CEO do grupo espanhol Telefónica, José-María Álvarez Pallete abriu o MWC 2021

Começou hoje, 28, a edição de 2021 do Mobile World Congress. Realizado todo ano pela GSMA, entidade que congrega as operadoras móveis globais, o evento retorna após o cancelamento da edição de 2020 em função da pandemia de covid-19. Com parte da população vacinada, os organizadores jogaram o congresso, normalmente feito em fevereiro, para meados deste ano e adotaram um formato híbrido, com parte das apresentações sendo transmitidas por streaming.

Foi assim na abertura. Como é costume, o CEO do grupo Telefónica inaugurou o evento. Em sua apresentação, José María Alvarez-Pallete teceu provocações a respeito do futuro digital que a humanidade pretende ter. Cobrou da União Europeia uma posição de liderança diante da revolução que a inteligência artificial e o tratamento de dados provocarão. E exigiu nova regulação para garantir investimentos, sustentabilidade das operadoras, inclusão digital plena e prevenir abusos na coleta, tratamento e utilização de dados pessoais. “Precisamos de novas regras para este novo mundo”, resumiu.

Para ele, a Europa precisa garantir que o setor de telecomunicações seja sustentável, e isso pode ser feito através de regras adequadas. “Pedimos um novo marco regulatório para a Europa liderar neste novo mundo. Precisamos garantir que não fique ninguém para trás. Precisamos de um pacto digital, com as pessoas no centro”, defendeu.

Pallete lembrou que a sociedade atual está mais baseada em dados do que nunca. Mas sugeriu que as pessoas comuns estão expostas, e precisam de mais conhecimento a respeito de como empresas recorrem a seus dados. E foi além: destacou que as informações são questão estratégica para os países.

“Todo dia produzimos grandes quantidades de dados. Dados se transformaram em um fator de produção. Temos o direito de saber quem está usando, como, quanto vale, e quem se beneficia desse valor. Isso vai além dos direitos individuais e pode até mesmo afetar a soberania digital nacional. Precisamos defender nossos valores fundamentais. A Europa é o centro de valores humanistas”, cravou.

Por fim, o executivo afirmou que o avanço da digitalização das pessoas é uma oportunidade não para as empresas lucrarem, mas para que a sociedade repense seu futuro. “Com grandes oportunidades, vêm grandes responsabilidades. Vamos honrar isto”, disse, parafraseando um dos motes mais conhecidos das histórias em quadrinhos do Homem-Aranha, de Stan Lee.

“Conectividade é a pedra fundamental que sustenta o novo mundo digital. Sei que nosso setor é um veículo. Vamos redefinir o futuro juntos”, encerrou.

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