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Privacidade

Apenas 17% das empresas têm um data protection officer

Informação integra o estudo conduzido pelo NIC.br lançado nesta quinta, 18. Material indica que brasileiro se preocupa mais com seus dados quando realiza transações financeiras.

Pesquisa do Nic.br sobre dados pessoais divulgada hoje, 18, mostra que, após quase dois anos de a LGPD entrar em vigor, os encarregados de dados (data protection officer) estão presentes em apenas 17% das empresas.

Esta proporção é de 43% entre as de grande porte, 29% nas de médio porte e 15% nas de pequeno porte. Em relação à origem do encarregado de dados, na maioria das vezes (77%), é uma pessoa ou comitê da própria organização.

A nomeação do encarregado de dados ou DPO, responsável pela comunicação com os titulares dos dados e com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), é uma das ações para adequação de organizações públicas e privadas à LGPD.

No caso das organizações públicas, em 2021, há data protection officer com maior frequência nos órgãos federais (81%) do que nos estaduais (33%), superando portanto a realidade das empresas. Nas prefeituras, somente 14% tinham nomeado esse profissional. Já em relação à presença de encarregados de dados em estabelecimentos de saúde, verificou-se que apenas 20% dos públicos e 39% dos privados haviam se ajustado a essa medida, no ano passado.

Preocupação do Brasileiro

A pesquisa divulgada mostra que dois em cada três brasileiros acima de 16 anos se preocupam com o destino de seus dados pessoais inseridos em compras online.

Nesse cenário, 42% deles relataram ficar “muito preocupados” e outros 25% afirmaram ficar “preocupados” com a captura e o tratamento de seus dados pessoais durante compras em websites e com aplicativos.

A segunda atividade online que mais provocou preocupação quanto ao registro e ao tratamento de dados pessoais foi acessar páginas e aplicativos de bancos (35% estão muito preocupados e 24% preocupados). Já usar apps de relacionamento (22% muito preocupados e 12% preocupados) foi a terceira onde há maior proporção de “preocupados” ou “muito preocupados”, mas é a atividade que menos usuários de internet indicaram realizar.

“Os resultados indicam que os usuários de Internet têm maior percepção de risco no ambiente digital quando realizam transações financeiras. Mas também é relevante a preocupação com o tratamento de seus dados em outras atividades online, como o uso de aplicativos de relacionamento, até então pouco explorado em outros estudos, assim como o uso de redes sociais, um dos tipos de plataforma em que os brasileiros estão mais presentes”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br | NIC.br.

Privacidade

O estudo detectou, ainda, a preocupação dos usuários quanto ao fornecimento de dados considerados sensíveis pela LGPD, como os biométricos (41% dos usuários de Internet se disseram muito preocupados e 24% preocupados) e os de saúde (29% muito preocupados e 23% preocupados).

A pesquisa identificou que pretos (35%) e pardos (32%) se mostraram preocupados ou muito preocupados em proporções maiores do que brancos (26%) com o fornecimento de informações pessoais relativas à cor ou raça. O mesmo acontece quando o assunto é a utilização que as empresas fazem de seus dados pessoais. Nesse sentido, 52% dos usuários autodeclarados pretos e 49% dos pardos disseram ficar muito preocupados, enquanto entre os usuários brancos a proporção foi 43%.

A preocupação em relação à privacidade também afeta outros comportamentos no ambiente online. Tal questão já fez 77% dos usuários da rede de 16 anos ou mais desinstalarem aplicativos motivados por preocupações com o uso de seus dados pessoais, 69% deixaram de visitar algum website, 56% deixaram de utilizar algum serviço ou plataforma na rede e 45% deixaram de comprar algum equipamento eletrônico.

O estudo

O Painel TIC foi realizado entre 12 de novembro e 3 de dezembro de 2021. Foram feitas entrevistas com 2.556 pessoas de 16 anos ou mais por meio de questionário online. Já a pesquisa TIC Empresas 2021 entrevistou por telefone 1.437 empresas com 10 pessoas ocupadas ou mais, entre 25 de agosto de 2021 e 20 de abril de 2022.

A pesquisa TIC Governo Eletrônico entrevistou 580 órgãos federais e estaduais, e 3.543 prefeituras, entre agosto de 2021 e abril de 2022. A pesquisa TIC Saúde entrevistou 1.524 gestores de estabelecimentos de saúde brasileiros, entre janeiro e agosto de 2021. E a pesquisa TIC Educação ouviu 3.678 representantes de escolas, entre setembro de 2020 e junho de 2021. Estas três séries de entrevistas foram realizadas por telefone.

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