Reeleição de presidentes no Congresso revela primeiros impactos para telecom

Nas duas Casas, comando de parte das comissões estratégicas está definido. No Senado, novos nomes são incorporados em articulações centrais para C&T e Comunicação.
Reeleição de presidentes no Congresso revela possíveis impactos para telecom
(Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

O Congresso Nacional reelege seus atuais presidentes na Câmara e no Senado nesta quarta-feira, 1º. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) recebeu 49 votos, com apoio de governistas, contra 32 de seu adversário, Rogério Marinho (PL/RN). Já Arthur Lira (PP-AL) tem sua manutenção encaminhada. A permanência dos parlamentares à frente das Mesas confirma alguns dos nomes com influência no ritmo das pautas que atingem o setor de telecom.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado mais relevante por ser responsável por chancelar os projetos de lei, já tem articulação madura nas duas Casas. Na Câmara, a presidência será de um nome do PT, conforme articulação feita com Lira. No Senado, há expectativas pela reeleição de Davi Alcolumbre (União-AP), que trabalhou nos votos por Pacheco e é correligionário e próximo do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, abrindo caminho para alinhamento com o governo.

Para a presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes (PL/SP), é o principal cotado. Ele assume seu primeiro mandato e será o nome indicado pelo seu partido para o posto. Apesar de estar em grupo político de oposição, Pontes tem interesses em comum com as prioridades do atual governo, quanto ao fortalecimento de institutos e recursos para a ciência e inovação.

Juscelino Filho, então deputado federal, em visita ao senador Davi Alcolumbre (Foto: Reprodução/Facebook)

Do GT para as comissões

A articulação do governo Lula com o Congresso começou ainda na transição, quando incorporou deputados nos grupos técnicos setoriais. Nos GTs de Comunicação e de Ciência e Tecnologia, os convites serviram para dialogar com os parlamentares de forte atuação, mas também para alinhamento com representantes de alguns dos partidos com histórico de terceira via e divergências, é o caso do PDT, do líder André Figueiredo (CE), que integrou o GT de Comunicação, e o PSD de Expedito Netto (RO), ex-terceiro secretário da Câmara, que colaborou com o grupo de C&T.

Com exceção de Expedito Netto, que não se reelegeu para a Câmara, todos os demais parlamentares integrantes do GT de Comunicação seguem mandatos neste ano. Além de Figueiredo, Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e Rui Falcão (PT-SP) voltaram à Casa. Orlando Silva (PCdoB-SP), que cuidou do PL das fake news, ficou como suplente.

A maioria dos projeto de lei considerados prioritários para o setor de Comunicação para 2023 tramitam em caráter conclusivo pelas comissões (clique aqui para ver a lista), ou seja, não dependem do Plenário. Por isso, o cenário de aprovação ou rejeição das propostas será delineado nos próximos dias, quando a composição das comissões será definida.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura dos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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