Enel/Gridspertise descarta uso de IoT para fiscalizar uso de postes

“Não faz mais sentido porque a quantidade de cabo fixado está bem além dos cinco pontos que são permitidos”, disse executivo

Crédito: TV.SínteseA Enel e seu braço empresarial Gridspertise  não acredita ser viável usar a solução de Internet das Coisas (IoT) para fiscalizar o compartilhamento de postes com empresas de telecomunicações. “Não faz mais sentido porque a quantidade de cabo fixado está bem além dos cinco pontos que são permitidos”, disse o Head de Desenvolvimento Tecnológico Latam na Gridspertise, empresa do grupo Enel, Amadeu Macedo.

Macedo, que participou nesta sexta-feira, 26, do congresso “IoT e as redes privativas”, promovido pelo Tele.Síntese, disse que a questão do compartilhamento de postes é fortemente regulada. Além disso, afirma que esse tipo de investimento não é remunerado pela tarifa. O executivo reconheceu que o problema de ocupação de postes é complexo e ainda não vê solução.

Segundo Macedo, as distribuidoras são remunerados pelos gastos e investimentos feitos na rede e esse tipo de Opex, de uso de IoT para fiscalizar postes, não vai entrar na conta. “É preciso mudar a regulamentação nesse ponto”, disse,

O tema está sendo tratado pela Anatel e a Aneel, que devem atualizar a resolução conjunta, porém ainda não há consenso sobre o tema. O debate divide, inclusive, as próprias empresas de telecomunicações. Não há previsão de que essa questão seja resolvida ainda este ano.

O mercado de aluguel de postes gira em torno de R$ 12,5 bilhões por ano, mas as distribuidoras de energia ganham menos da metade por causa da modicidade tarifária. Com isso, não teriam incentivos para colaborar com as operadoras nos projetos de uso dos postes, demonstra o relatório “Telecom & Utilities”, do banco BTG Pactual.

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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