T-Mobile tem mais de 1 milhão de clientes com 5G FWA

O avanço dessa tecnologia sem fio 5G poderá afetar o modelo de negócios dos ISPs brasileiros? As opiniões se dividem sobre essa questão.
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A operadora vende 100 mbps por US$ 50 sem franquia. Crédito: Freepik

A T-Mobile  conta com mais de 1 milhão de clientes usando o 5G FWA (Fixed Wireless Acess), ou o acesso fixo sem fio com a tecnologia de quinta geração, um ano depois de seu lançamento, reportou a empresa esta semana. A operadora estadunidense está em ritmo grande de expansão dessa rede fixa sem fio e informou que já alcançou 40 milhões de residências atendidas. Em março, eram 30 milhões de casas atendidas.

Com planos tarifários bem agressivos, a empresa de celular parte para cima dos inúmeros operadores regionais de banda larga que existem nos EUA. Ela está vendendo a banda larga móvel-fixa por  US$ 50 por mês pelo serviço, com taxas de dados de mais de 100 Mb/s e sem limites de largura de banda, encargos mensais de equipamentos ou requisitos de contrato.

Estimativas do mercado dos EUA preveem que a T-Mobile terá entre sete a oito milhões de clientes em 2025. A Verizon, que também está investindo pesado nessa tecnologia fixa-móvel, planeja ter até 5 milhões de clientes também em 2025.

Frequência

Em 2021, a FCC (agência reguladora de telecom dos EUA) fechou a venda de 100 MHz de espectro de 3,5 GHz (o coração do 5G) pela  quantia de US$ 21,8 bilhões. Terceira maior arrecadação da história dos EUA, atrás apenas do leilão de 3,7 GHz e do AWS-3.

As operadoras  compraram 4.041 das 4.060 licenças disponíveis em 100 MHz de frequência. Alguns meses antes, a FCC já tinha vendido a faixa  de 3,7 – 3,8 GHz (conhecida como banda C). Após 97 rodadas, foram arrecadados nada menos do que US$ 80,9 bilhões. O maior valor já alcançando em leilões de espectro dos EUA. Ao todo, 5.694 licenças foram colocadas à venda com 57 operadoras participando do leilão.

Esse movimento pode afetar o modelo dos ISPs brasileiros?

A grande pergunta ainda sem resposta é se haverá, no Brasil, a mesma aposta das grandes operadoras de celular – Claro, TIM ou Vivo- em partir para oferecer essa tecnologia e disputar o mercado de banda larga fixa com os ISPs nas menores cidades. Conforme as obrigações do leilão, somente a partir de 2028 é que os municípios com mais de 30 mil habitantes começam a receber a cobertura 5G e, somente em 2030, é que o 5G móvel estará presente nas cidades com menos de 30 mil habitantes.

Mas, a depender da estratégia de cada operadora, nada impede que a tecnologia FWA seja usada fora das metas estabelecidas pela Anatel. Alguns analistas acham que não haverá ameaças ao modelo brasileiro. Isso porque, avaliam, se atualmente há cerca de 45 milhões de casas passadas com fibra óptica, até 2030 serão pelo menos 60 milhões de residências já com a fibra, (quase a totalidade das residências brasileiras), o que impediria o avanço rápido da tecnologia 5G nos lares.

Outros analistas entendem que o 5G fixo irá chegar rapidamente nos lares brasileiros  e ameaçar com muito mais vigor os operadores regionais, que até o momento sé têm enfrentado a concorrência entre eles mesmos. Por isso, no ano passado houve uma aceleração nos movimentos de consolidação de provedores. A conferir o futuro.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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