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Leilão

Surf Telecom vê oportunidades nas redes neutras e em FWA no leilão 5G

Diretor de engenharia da empresa diz que infraestrutura para vender banda larga FWA no Rio de Janeiro, sobra a Rocinha, está construída e pronta para ser ativada.

A Surf Telecom ainda aguarda a definição do edital da 5G para decidir se poderá ou não participar da disputa. A empresa, que explora com espectro próprio serviços de banda larga fixa, avalia se vale a pena brigar por um lote para expandir nesse mercado.

Aguarda também mais clareza quanto ao aval regulatório para entrar no certame de olho no serviço móvel, uma vez que atua como operadora móvel virtual, conforme explicou Sebastião Boanerges, diretor de engenharia e novas tecnologias da Surf Telecom.

“Fazer o modelo móvel na nossa empresa, em que já temos MVNO, vamos ter que analisar o regulatório. Essa é uma questão que transcende a viabilidade técnica. Ela ainda depende de alguns esclarecimentos que a gente espera que ocorram. No caso do FWA, seria uma evolução natural do que a gente já oferta”, afirmou.

Oportunidades

O executivo, que participou nesta segunda-feira, 30, de live realizada pelo Tele.Síntese, disse que o leilão traz várias oportunidades para a Surf Telecom.

“A mais óbvia é a oferta de FWA, que a gente já tem na região metropolitana de São Paulo, com maior cobertura em cima de Paraisópolis, do Jardim Panorama, e em Brasilândia. Estamos ainda com a rede montada e pronta para lançar no Rio de Janeiro, em cima da Rocinha. Então é um ponto de grande expectativa poder evoluir essa rede”, afirmou

No mercado de MVNO, ele diz que a Surf também poderá colher benefícios do leilão, mesmo que não seja a compradora do espectro. “Se a operadora que me atende tiver uma nova tecnologia que eu puder ofertar em minhas operações de MVNO, seja uma nova frequência, novos serviços, sempre é atrativo”, falou.

Disputa com grandes e rede neutra

O executivo falou ainda que a expectativa dentro da Surf é de que o leilão seja participativo e privilegie a diversidade de concorrentes. “Uma grande operadora querer mais frequência para ela, é normal. Queremos que tenha uma parte para todos. E que as partes possam garantir capilaridade para que o 5G tenha penetração rápida e não dependa do cronograma de poucas empresas”, afirmou, em referência à previsão de escalonamento da liberação do espectro, que prevê ativação antes nos grandes centros proposta pelas grandes teles.

Sobre o cenário de consolidação envolvendo a Oi e a construção de redes neutras por diferentes empresas no Brasil, Boanerges aponta que isso pode ser explorado positivamente pela Surf, já habituada ao trabalho como MVNOs, que recorre ao compartilhamento para se sustentar, e foca no atendimento ao cliente.

“Espero que a consolidação crie cenário de diversidade e oferta de rede neutra, que pode nos ajudar bastante. O nosso DNA foi, desde o início, ser uma rede virtual. A gente procura ter o mínimo de equipamentos físicos possível, nossos sistemas são baseados em nuvem. Ou seja, a gente tenta usar da capacidade da tecnologia ao extremo, até porque as margens desse mercado são muito pequenas. Ainda temos que ver o que vai acontecer, mas a proposta é interessante, é boa, acredito nela e gostaria de ver acontecendo”, concluiu.

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