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Banda larga

Surf Telecom quer alugar seu core de rede para provedores que compraram frequência em 2,5 GHz

O provedor vai ter apenas que instalar as antenas e se conectar à rede da Surf Telecom. Ela vai cobrar por usuário conectado.

logo-surf-telecomUm modelo de negócios inusitado no mercado brasileiro e que pode ser um ovo de Colombo para os provedores regionais de acesso à internet que compraram frequências na faixa de 2,5 GHz no leilão realizado em dezembro passado pela Anatel, o primeiro na história da agência que contemplou frequências com cobertura municipal. A Surf Telecom, uma operadora virtual de telefonia móvel celular que começa sua operação comercial no país em janeiro de 2017 usando a rede da TIM, quer oferecer a esses provedores o aluguel de seu core de rede, cobrando por usuário conectado.

Ou seja, o provedor regional, para montar a sua rede de banda larga usando a faixa de 2,5 GHz, se optar pela solução que começa a ser oferecida ao mercado pela Surf Telecom, vai precisar comprar apenas as antenas para fazer cobertura de sua cidade (ou cidades). O que reduz bastante o investimento numa rede 4G – enquanto o custo de uma antena gira por volta de R$ 60 mil, a integração de um core de rede, dependendo das funcionalidades agregadas, varia entre R$ 40 milhões e R$ 100 milhões. “Com as antenas instaladas, o provedor se pluga, através de uma VPN, no core da nossa rede, que está em São Paulo. E nós vamos fornecer as funcionalidades para atender ao seu cliente final”, explica Yon Moreira da Silva Jr, CEO da Surf Telecom.

Os provedores regionais compraram as frequências para prestar o serviço SCM, ou seja, de dados. Mas o edital do leilão já previa que poderão solicitar à Anatel que essa licença passe a contemplar também o serviço SMP, de telefonia móvel celular. Na avaliação de Yon Moreira, essa deve ser uma tendência. Entre as funcionalidade que seu core de rede oferece, além de billing e CRM, está a recarga de chip.

O que a Surf Telecom se propõe a oferecer para os provedores regionais – o novo serviço foi lançado ontem durante o Encontro Provedores Regionais realizado em Niteroi (RJ), pela Bit Social – é parte da sua oferta de MVNO ao mercado em geral. A operadora, na verdade uma Mobile Virtual Network Enabler (MVNE), ou seja, uma facilitadora de operações virtuais, esperava ter iniciado sua operação comercial no final do primeiro semestre deste ano, mas decidiu prolongar os testes em cliente por mais seis meses para garantir uma estreia sem nenhum tipo de ruido.

Correios, primeiro cliente

A rede da Surf Telecom começa a operar em janeiro de 2017 em São Paulo, Minas Gerais e Brasília, atendendo aos Correios, sua primeira operadora virtual. A empresa venceu a licitação para fornecer a rede aos Correios que pretendem atender, no primeiro ano de operação, a um milhão de clientes.

A Surf Telecom, que investiu R$ 50 milhões para montar a sua rede, já conta com outros dois contratos de MVNOs: um com uma rede evangélica e outro com uma agência digital voltada para o público jovem. Segundo Yon Moreira, o segmento de provedores regionais de acesso à internet é um de seus públicos-alvo. Para eles, tem dois modelos de negócios, além do aluguel do core da rede (no caso de quem tem frequência em 2,5 GHz): co-branded e MVNO credenciada.

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