Surf Telecom põe à venda fatia do sócio minoritário

O Santander foi contratado pela maior operadora de MVNO do país para buscar um sócio para o grupo Maresias, de Yon Moreira, também CEO da empresa, substituindo o sócio indiano Plintron.
O banco Santander foi contratado para buscar um novo sócio para o grupo Maresias. Crédito: Freepik.

A Surf  Telecom põe à venda fatia de sua sociedade. O banco Santander foi contratado pela formatadora de MVNOs, a Surf Telecom, para encontrar um comprador, informou hoje, 27, o  jornal o Estado de S. Paulo. Fontes próximas ao negócio afirmaram ao Tele.Síntese, no entanto, que a venda refere-se apenas à fatia da  Plintron do Brasil, o indiano e sócio minoritário da operadora, que mantém uma disputa judicial com o grupo Maresias, que detém 40% da empresa  é do CEO, Yon Moreira.

O executivo, procurado pela reportagem, disse não poder comentar a operação, mas, brincando, afirmou que ” ninguém entra num casamento pensando em se divorciar.” Brincadeiras à parte, Moreira ressaltou que as operadoras Neko – que entrou no leilão do 5G para arrematar a licença de 26 GHz, e formalizou a sua desistência à Anatel- e a Surf são entidades separadas, embora tenham alguns sócios em comum.

A disputa

A indiana Plintron, com sede em Cingapura, tornou-se sócia da operadora fornecendo a tecnologia que permitiu a Surf implantar o novo modelo de negócios de ser uma “arranjadora” ou enabler, o termo técnico em inglês, de outras operadoras de celular, as MVNOs. Atualmente existem diferentes enablers no mercado nacional, mas a Surf é a que mais viabilizou novas operadoras de celular. São mais de 200 em seu portfólio, desde os Correios até o Uber. Ontem, foi uma das empresas que ganhou a licitação do programa Internet Brasil, que vai distribuir chip para os alunos de escola pública.

No início da pandemia do Coronavírus, em 2020, a Plintron resolveu exercer o direito de ficar com o controle da operação, pois alega que, ao tornar-se sócia em 2016, o contrato previa poder adquirir mais 20% da sociedade depois de algum tempo, e queria exercer essa preferência.

As divergência se acirraram entre os dois sócios, até que a Plintron decidiu desligar os equipamentos usados pela Surf Telecom. Essa medida foi adotada pela empresa em julho de 2020, quando o país e o globo passava pelo grande drama da pandemia do coronavírus. A equipe da Surf Telecom conseguiu, em poucos dias, reativar toda a sua rede e os serviços oferecidos com parceiros brasileiros e a disputa passou a ser travada nas instâncias regulatórios e na Anatel.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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