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Spam telefônico: Brasil é o segundo país mais afetado no mundo

Relatório indica que o Brasil empata com Estados Unidos na quantidade de spam telefônico recebido. São 20,7 chamadas não solicitadas todo mês. As operadoras são as maiores spammers por aqui, responsáveis por 33% das ligações indesejadas. Nos EUA, representam apenas 2%.
Mapa com a média mensal de spam telefônico por usuáio
Na imagem, em inglês, a média de spam telefônico que os os usuários de celular recebem ao mês, por país. Brasil só perde para a Índia. (Divulgação)

Seu telefone toca com frequência, e o identificador mostra um número desconhecido? Ao atender, do outro lado está uma gravação sugerindo adesão a novos planos telefônicos? Ou talvez seja uma empresa especializada em cobrar dívidas? As duas alternativas são possíveis. A bem da verdade, são muito prováveis. O brasileiro recebe, em média, 20,7 chamadas não solicitadas ao mês. O índice coloca o país na segunda posição, de um ranking com 20 nações, daqueles em que os usuários são mais afetados pelo spam telefônico.

Os dados são da Truecaller, desenvolvedora de app homônimo que bloqueia chamadas não desejadas. A empresa analisou informações coletadas entre 1º de janeiro e 31 de maio deste ano. Durante o período, identificou que seus usuários, em todo o mundo, receberam 5,5 bilhões de chamadas do tipo.

Apenas a Índia tem um índice de chamadas spam mais alto. Lá, o dono de celular recebe, em média, 22,6 ligações não solicitadas ao mês. Os Estados Unidos empatam com o Brasil, também com 20,7.

De onde vem o spam telefônico

O estudo apontou, ainda, a origem do spam telefônico. Elas podem ser uma simples propaganda incômoda, a oferta de novos produtos, cobrança de dívidas ou tentativas de golpes. Aqui no Brasil, são as operadoras, conforme o relatório, que mais ligam para os usuários sem autorização. Elas são responsáveis por 33% do spam telefônico.

Depois, vêm as empresas de cobrança de dívidas, que fazem 24% das ligações inesperadas. Neste número também estão incluídos bandidos que praticam fraude. Trotes, xingamentos ou golpe do sequestro são 21% do spam, 12% são telemarketing (venda de produtos), 10% são ofertas de bancos, e 1% são tentativas de golpe diferentes dos citados acima.

O cenário é bem parecido com o da Índia, mas totalmente diverso dos EUA. No país asiático, 54% das chamadas indesejadas vêm das operadoras. Já nos EUA, 43% são trotes, xingamentos ou assédio, e 23% são tentativas de golpe. As operadoras norte-americanas são responsáveis por apenas 2% do spam telefônico.

Os dados do relatório demonstram que nas economias mais maduras as operadoras tendem a ser emissoras menores de spam. Telmarketing, seguradoras ou serviços financeiros aparecem como mais ativos nesta prática. Já nos países em desenvolvimento, as operadoras assumem o protagonismo. E nos menos desenvolvidos, a prática de golpes é a razão principal de chamadas spam.

Como evitar

Embora seja um problema nacional, é possível reduzir o recebimento de chamadas indesejadas. A Truecaller, logicamente, recomenda o uso de aplicativos especializados. Alguns smartphones já vêm com apps ou funções de bloqueio de números recorrentes.

No Android, basta ir à lista das últimas ligações recebidas, pressionar e segurar o dedo sobre o número por alguns segundos. Um menu contendo a opção “bloquear número” aparecerá, para escolha do usuário. Em caso de arrependimento, realize o mesmo procedimento e opte por “desbloquear número”, que o smartphone voltará a tocar para aquela origem.

Outra opção é informar às operadoras que não autoriza a inclusão de seu número na lista de pessoas que podem receber chamadas não solicitadas. Para isso, é preciso entrar em contato com a operadora e pedir o bloqueio de chamadas não identificadas.

No estado do São Paulo vigora, desde 2009, a Lei do Cadastro para Bloqueio do Recebimento de Ligações de Telemarketing (Lei 13.226/08). Essa lei prevê que o usuário pode incluir seu número em um cadastro que impede o recebimento de chamadas spam. O bloqueio acontece 30 dias depois da inclusão. O cadastro é mantido pela fundação Procon, neste site.

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