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Société Mondiale critica plano de recuperação da Oi e promete judicializar

Em nota repleta de ataques pessoais ao presidente da Oi, o fundo ligado a Nelson Tanure reclama da previsão de prejuízo recorrente da Oi por mais sete anos.

Acionista minoritário da Oi, o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure, soltou um comunicado no começo da noite desta quarta-feira, 20, em que critica o plano de recuperação judicial aprovado na assembleia geral de credores.

Para o fundo, que têm pouco mais de 5% do capital da Oi, o plano é repleto de “ilegalidades”, “achincalha a governança corporativa” da concessionária e promove “desapropriação maciça” de bens dos acionistas. O texto faz uma série de ataques dirigidos aos envolvidos nas negociações. Acusa Eurico Teles, presidente da Oi, de aprovar cláusula em benefício próprio, que lhe garantiria “benefícios especiais na casa dos R$ 20 milhões por ano”.

Aponta o dedo aos credores internacionais, afirmando que eles vão lucrar mesmo se não concretizarem o compromisso de reforçar o caixa da Oi. Para o fundo, “especuladores internacionais garantiram comissões que podem variar de R$ 400 milhões a mais R$ 3 bilhões, mesmo se o aporte de capital não ocorrer”.

Pelos termos firmados na AGC, os bondholders deverão aplicar R$ 4 bilhões na companhia para reforçar seu caixa e o investimento no próximo triênio. O valor é considerado baixo pelo acionista. “A Oi teve uma oportunidade de assegurar uma injeção de 8 bilhões de reais em novos recursos, se fosse respeitado o Plano aprovado pelo Conselho de Administração. Em vez disso, aprovou um aporte de metade desse valor, sujeito a uma lista de pré-condições com mais de 20 páginas, sem qualquer garantia de que ocorrerá”, escreve o Société Mondiale.

Lembra que a previsão é de que o plano permita o acúmulo de prejuízos. Serão “R$ 13 bilhões em 7 anos”, calcula o Société Mondiale. Além disso, prevê que a Oi arque com os impostos pagos pelos credores que aportarem capital.  Por fim, critica de cláusula que determina a formação de um novo conselho de administração. Tanure, que tem atualmente ascendência sobre a maioria do conselho da companhia, passará a ser minoria após a RJ.

E finaliza com promessa de judicialização: “o Société Mondiale se defenderá de todas as ilegalidades do Plano Eurico”.

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