Só 6,5 milhões de casas dependem de parabólica para a TV aberta , diz IBGE

Informação do IBGE mostra número 71,5% menor que impacto apontado por representantes de emissoras de TV sobre os efeitos da 5G na transmissão da TV aberta via satélite.

 

Havia no Brasil, no final de 2017, apenas 6,5 milhões de domicílios que recebiam sinal de TV aberta exclusivamente por antena parabólica. Esse quantitativo equivale a 9,6% do total de domicílios do país e não a 22,8 milhões de residências, ou quase um terço do total de casas, como alegam as emissoras de TV aberta.

A diferença entre os dois números – da mesma fonte, o IBGE – é que no primeiro caso são as residências que têm como ÚNICO acesso aos sinais de TV aberta pelo sistema via satélite. No segundo, somam-se a outras tecnologias.

A estatística sobre o total de domicílios dependentes exclusivamente de parabólicas foi fornecida pela assessoria do IBGE. Aponta um número 71,5% menor de domicílios a serem afetados pela nova tecnologia de telefonia celular, a 5G, cujo leilão que estava previsto para março de 2020 foi adiado por conta de incerteza sobre essas interferências.

Essa diferença de dados na Pesquisa Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) resultou por falta de consenso na exclusão desses números do relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concluído nesta semana sobre testes de interferências  da tecnologia 5G nas parabólicas.

Uma fonte envolvida nas discussões promovidas pela Anatel explicou que a diferença está no fato de que os demais domicílios com parabólicas contam com pelo menos mais uma opção de acesso à TV aberta, a exemplo de conversor digital.

Avanço da digitalização

Boletim da Pnad sobre TIC mostrou o avanço da quantidade de domicílios com conversor digital por conta do processo de extinção da TV analógica. Segundo o informativo do IBGE, em 2017, havia televisão com conversor (integrado ou adaptado) para receber o sinal digital de televisão aberta em 54,3 milhões de domicílios particulares permanentes, que representavam 79,8% do total. Em 2016, esse percentual estava em 71,5%.

O aumento expressivo desse indicador, de 2016 para 2017, ocorreu tanto em área urbana (75,5% para 83,6%) como em área rural (45,0% para 53,5%). “No total, em área urbana e em área rural, a elevação foi de pouco mais de 8 pontos percentuais de 2016 para 2017”, registra o boletim.

Por isso, o relatório da Anatel aponta a “Adequação da cobertura de TV digital terrestre na região de utilização do IMT [nome formal da 5G]” entre as soluções possíveis para mitigar as interferências da nova tecnologia operando na faixa de 3,5 GHz e sistemas TVRO.

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Abnor Gondim

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