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TV paga

Sky quer um pedaço da TV aberta que irá das parabólicas para o DTH

Leilão 5G já mexe com planos de negócios da Sky. Para CEO da operadora, uma parte dos 15 a 20 milhões de pessoas que hoje usam parabólicas pode se tornar assinante de TV paga ao migrar para decodificadores de banda Ku

A operadora de TV por assinatura Sky está atenta ao próximo leilão de espectro da Anatel, quando serão vendidas frequências para uso em redes móveis 5G. Não porque a companhia pretende entrar no segmento móvel. Mas sim porque o certame obrigará canais de TV aberta sintonizados apenas via antenas parabólicas a migrarem para a banda Ku, que pega em aparelhos DTH – antenas menores utilizadas pela companhia na oferta de seus serviços de TV paga.

Segundo o CEO da Sky Brasil, Raphael Denadai, essa migração abrirá uma grande janela de oportunidade para a empresa. Ele estima que entre 15 e 20 milhões de pessoas atualmente usuárias de parabólicas vão mudar para as anteninhas de captação do sinal enviado em banda Ku. Uma parte será migrada às custas das operadoras móveis, como obrigação presente no edital do leilão. Mas outra parte mudará de forma espontânea, para não ficar sem TV em casa.

A empresa vê duas formas de abocanhar o mercado que surge com a migração da TVRO da banda C para a banda Ku. Um é com a venda de seu decodificador e pacotes. “O edital do 5G é uma mudança importante para o país. A gente tem que olhar esse benefício que vem para todos nós. Para a Sky é uma oportunidade única. Estamos falando de 15 a 20 milhões de domicílios que migrarão da banda C para a Ku. Nós vemos como oportunidade de entregar nosso produto para mais 20 milhões de famílias. Mostrar que é acessível trazer educação, entretenimento. Estamos nos preparando para isso, junto com nossa rede de parceiros”, afirmou. Ele participou nesta segunda, 9, do evento Pay TV Forum, do site Teletime.

Outra frente de negócios, destacou, será oferecer o serviço de migração. O desligamento de parabólicas e a instalação de novas antenas DTH vão exigir mão de obra especializada. Coisa que a Sky tem, segundo Denadai, em abundância. “Temos mais de 50 mil técnicos, instaladores e prestadores de serviço. Queremos chegar com esses parceiros dentro desses domicílios para oferecer opções de cultura e lazer [no processo de migração]”, afirmou.

Ele não especificou se vê oportunidade para a empresa ser contratada pela EAQ, a entidade que será criada após o leilão para fazer a limpeza do espectro em banda C, organizar a migração dos canais para a banda Ku e distribuir kit DTH para famílias de baixa renda. As estimativas do Tribunal de Contas da União apontam que a migração vá custar ao redor de R$ 3,6 bilhões às operadoras que adquirirem o espectro na faixa de 3,5 GHz. O leilão está previsto para acontecer em outubro.

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