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Balanço

Setor de telecom bateu recorde de emissões de debêntures incentivadas em 2021

Apesar do recorde, o setor de telecomunicações ficou na lanterna do valor captado por debêntures incentivadas, representando apenas 2,5% do total emitido
Setor de telecom bate recorde de debêntures em 2021
Crédito: Freepik

O setor de Telecomunicações bateu o recorde de emissões de debêntures incentivadas em 2021. Ao todo, as operadoras obtiveram aval para lançar R$ 2,85 bilhões em títulos.

Foram emitidas seis debêntures incentivadas, também o maior número já registrado para a área. A política de debêntures incentivadas do governo federal foi criada em 2012, mas só se tornou atrativas às empresas, de fato, a partir de 2020, quando o MCom publicou novas regras voltadas para investimentos em redes de qualquer tipo, inclusive 5G, IoT, virtualização de sistemas e data centers.

Os dados do Ministério da Economia apontam que as debêntures vão dar origem a investimentos vultosos, que movimentará mais do que o valor de face dos títulos. O valor do Capex (investimentos) dos projetos de telecomunicações autorizados será de R$ 8,4 bilhões

As informações estão entre os destaques da 97ª edição do Boletim de Debêntures Incentivadas, produzido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.

Histórico

Desde 2012 – o primeiro ano das debêntures incentivadas -, até dezembro de 2021, o setor de Telecomunicações emitiu 11 debêntures incentivadas, o equivalente a R$ 3.798,5 milhões. Isso corresponde a apenas 2,5% na distribuição setorial de infraestrutura.

O prazo médio das emissões do setor foi de 5,3 anos, mais baixo que nos demais seguimentos. Além disso, o spread ficou em média 1,6% acima do IPCA – o segundo mais alto, perdendo apenas para Saneamento/Mobilidade. Ou seja, as operadoras pagam mais pelos empréstimos e devolvem mais rapidamente do que empresas de outras áreas.

Nesse mesmo período – 2012 a 2021 -, o total do Capex dos projetos em telecomunicações acumulado é R$ 21.367,3 milhões, o equivalente a 33,7% do total de projetos nacionais de infraestrutura que lançaram mão do mecanismo. Em resumo, telecomunicações é o setor que menos se apoia nesse tipo de recurso. Em saneamento, por exemplo, as emissões pagam 80,6% dos projetos.

As empresas de telecomunicações que emitiram debêntures de 2012 a dezembro de 2021 foram: Unique Telecomunicações; Brisanet Serviços de Telecomunicações S.A; Algar Telecom S/A; MOB Participações S.A; América NET S.A; TIM S.A; e Copel Telecom S/A.

Recorde geral

Em 2021, as emissões desses títulos em todas as áreas bateram recorde, alcançando o valor total de R$ 47,2 bilhões. A quantidade emitida também foi inédita: 124 ao longo do ano. O setor de Energia foi o protagonista com 67% dos lançamentos, seguido pelo de Transportes, com 25,6%, Saneamento/Mobilidade Urbana, com 4,9%, e Telecom, com 2,5%.

O total do Capex dos projetos de infraestrutura já autorizados pelas portarias desde 2012, chega a R$ 678,2 bilhões. Desse montante, R$ 463,7 bilhões foram de fato emitidos pelas empresas beneficiadas. A solicitação de emissão de uma debênture incentivada não obriga sua emissão, vale lembrar. Essa modalidade de financiamento prevê descontos no imposto de renda do investidor, e foi criada com a intenção de ampliar o fluxo de recursos privados para a infraestrutura.

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