Sercomtel e Copel não querem comprar a Oi Móvel

Apesar dos rumores, fontes próximas do controlador negam interesse na compra da Oi Móvel. Acordo entre as três grandes e o Cade está próximo e decisão deve ser anunciada no dia 9 de fevereiro. Ações subiram
Venda da Oi móvel deve ser decidida dia 16 pelo Cade. -Credito-Renata-Mello
Apesar dos rumores, só há uma oferta pela operadora, cuja decisão do Cade deve ocorrer no dia 9 de fevereiro. Crédito: Renata Mello

As operadoras Sercomtel e Copel, compradas pelo fundo Bordeaux, que tem o empresário Nelson Tanure como um dos sócios, não fizeram qualquer proposta alternativa para a aquisição da Oi Móvel, afirmaram fontes próximas ao executivo. Segundo esses interlocutores, os rumores de que haveria uma nova proposta  do empresário não passam de “cortina de fumaça” que estaria sendo lançada por alguns segmentos do mercado para pressionar o Cade a liberar com mais agilidade a oferta feita pelas três grandes operadoras – Claro, TIM e Vivo, no valor de R$ 16,5 bilhões. ” Querem pressionar, dizendo que a Oi vai quebrar, mas é tudo mentira. Não há interesse na Oi Móvel”, afirma o interlocutor.

Os rumores de que haveria um outro interessado nas operações da Oi Móvel começaram com uma nota do colunista Lauro Jardim, de O Globo,  tendo em vista que o prazo final para o Cade se manifestar sobre o assunto é a primeira quinzena de fevereiro.  Regimentalmente, não cabe mais pedido de prorrogação de decisão por parte da autarquia.

A tese que circulava no mercado é que o Cade negaria o TCC (a proposta formal das três teles), abarindo a oportunidade para um novo player fazer a sua proposta de compra, sem as amarras regulatórias que estão sendo analisadas pelo órgão antitruste.

Mas não há outra proposta, asseguram as fontes ouvidas pelo Tele.Síntese. E o mercado parece ter entendido isto, pois as ações da Oi fecharam hoje, 18, em alta de 9%, quando apareceu na agenda do presidente da autarquia, Alexandre Cordeiro Macedo, reunião sua com os dirigentes da Claro, Vivo, e TIM na data de hoje.

Mais remédios

Um possível acordo com o órgão antitruste – no qual as operadoras podem ter ampliado os “remédios”, com uma oferta mais ampla de compartilhamento de frequências – parece ter motivado o aumento no preço dos papeis. Até porque, a primeira reunião do órgão, previamente marcada, seria no dia 9 de fevereiro, data que deveria ser divulgada a decisão.

O presidente Cordeiro convocou uma reunião extraordinária para o dia 26 de janeiro, na qual o Cade decidirá sobre o mercado de vendas de passagens de ônibus. Fontes do mercado consideram que, apesar de pressões das operadoras, o mais provável é que votação relacionada à Oi Móvel aconteça no dia 9 de fevereiro – o colegiado tem até o dia 15 para tomar a decisão final.

Desde o início do ano, todos os principais executivos dos compradores e vendedores travaram reuniões com todos os conselheiros do Cade. E houve também uma reunião com líderes do fundo Bordeaux e mesmo com Márcio Tiago, CEO da Sercomtel, o que motivou os rumores sobre novos interessados. Mas por mais que Tanure, ex-acionista da Oi, ainda tenha interesse em resgatar a empresa, diferentes analistas entendem que não há fôlego para uma aquisição tão grande, mantendo inalterada a oferta das três grandes.

*Com Rafael Bucco

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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