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Santo André, com fibra em 98% da cidade, oferece 600 serviços pela internet

Município avança na automação do atendimento médico, que já serve de exemplo para outras cidades

A prefeitura de Santo André, município do ABC paulista, leva a sério a necessidade do uso de TICs para facilitar a vida dos moradores e empresários da cidade. Tanto é assim que, em 2018, publicou o decreto 17049, que dispõe sobre a Política Municipal de Governança de Tecnologia e Inovação. Em pouco tempo, perto de 600 serviços já podem ser acessados pelos cidadãos e, em breve, todo o atendimento médico estará informatizado, facilitando o acesso aos moradores do município. O programa QualiSaúde já serve de exemplo para outras cidades, como Jundiaí.

O prefeito Paulo Serra (PSDB)resolveu adotar a política pública depois de constatar que as experiências nas prefeituras e gestões que deram certo existia um programa perene. Além disso, para alcançar os resultados propostos, o prefeito investe anualmente R$ 15 milhões em TI, mesmo com o cenário de recuperação econômica que se desenha desde o início da atual administração, que assumiu em janeiro de 2017 com dívidas com fornecedores na ordem de R$ 325 milhões, como conta o coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica, Pedro Seno. No entendimento da prefeitura, esses gastos se revertem em economia para os cofres públicos e mais conforto para a população.

Além de sistemas, a prefeitura investe em infraestrutura e hoje possui uma rede de fibra óptica de 300 km, que cobre 98% do território municipal, interliga todos os órgãos públicos e leva o WiFi gratuito para os 11 parques da cidade, locais de lazer preferidos da população. O município conta com um data center, uma rede com 105 câmeras de vigilância que acompanham todos os veículos que entram e saem da cidade e foi o primeiro a aderir ao “Rastro”, sistema federal de identificação, rastreamento e autenticação de mercadorias.

Segundo Seno, o Rastro foi criado pelo governo federal para articular e integrar  as políticas de rastreamento do país, criando um sistema de gestão integrada de identificação, planejamento e controle. As aplicações abrangem áreas como transporte, logística, saúde e segurança. Entre os benefícios previstos, estão: a redução de custos com atividades de logística; aperfeiçoamento do controle do trânsito e de mercadorias nas fronteiras e rodovias do país; integração dos sistemas de segurança pública; e incremento da arrecadação tributária.

Porém, além de sistemas nacionais e de software livre, a prefeitura de Santo André investe em soluções customizadas, desenvolvidas pelos mais de 60 servidores da área de TI, reunidos no Departamento de Tecnologia e Inovação, liderados pelo diretor Juliano Tonato.

Banco de dados

Entre os sistemas adotados, a prefeitura possui um banco de dados com informações dos munícipes. A partir desse serviço, a abertura de empresa pelo cidadão pode ser feita em 48 horas. A iluminação pública da cidade é interligada por meio do app Colab, sistema nacional que já foi eleito como o melhor aplicativo de demanda urbana do mundo.

Dos projetos em andamento, afirma Seno, o principal é o QualiSaúde, que visa criar um novo padrão de atendimento e gestão da rede municipal de Saúde. Apenas em 2018, 11 equipamentos foram inaugurados ou reformados em Santo André, com 100% do fluxo informatizado, incluindo totem de autoatendimento, gestão de fila informatizada e prontuário eletrônico implantado. Todas as unidades serão gradativamente integradas ao programa, que já está servindo de exemplo para outras cidades.

Outra solução em andamento é um cadastro único de vaga de creche, que pretende resolver a demanda desse tipo de serviço ainda em 2020. Na área educacional, a automação também avança nas 100 escolas municipais. No momento, a prefeitura já é capaz de disponibilizar por WhatsApp, o cardápio do dia da merenda escolar.

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