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Restrição à instalação de antenas é barreira à 5G

Operadoras destacam que preparar o Brasil para a 5G demanda resolver os problemas de legislação relativos tanto à instalação de antenas, já que a tecnologia exige muito mais sites do que a 4G, quanto ao lançamento de fibras, sejam aéreas sejam em dutos. Na 5G, todos os sites terão que ser conectados por fibras.

painel-5g-futurecom-2017Como a 5G vai demandar mais antena, por usar faixas de espectro mais altas, e mais fibra óptica, pelo fato de toda a interconexão entre sites ser nessa tecnologia, as operadoras alertam que o país precisa começar já a discutir como tornar mais flexível a legislação de infraestrutura. Ou seja, preparar-se para a nova geração da telefonia móvel, como ficou claro no painel sobre o tema realizado hoje, 4, no Futurecom 2017, não significa acompanhar os debates mundiais sobre a escolha de frequências. Significa regulamentar a Lei das Antenas, que trata da instalação de antenas em cidades e do uso de dutos em estradas, e buscar caminhos para facilitar a implantação de fibra em área urbana.

O alerta foi dado por Leonardo Capdeville, CTO da TIM, e por Márcio Estefan, vice-presidente de Negócios da Algar Telecom.  De acordo com Capdeville, o Brasil já tem menos antenas em 3G e 4G, em relação a países europeus e aos Estados Unidos, do que seria necessário em função de suas dimensões geográficas, justamente em função das restrições impostas por muitas prefeituras. Ele lembrou que em capitais como Belo Horizonte e Goiânia não se instala uma antena celular há quatro anos. Outra dificuldade está na negociação com as elétricas para passar as fibras aéreas e com as concessionárias dos dutos para enterrar as mesmas fibras.

Se há obstáculos na infraestrutura, Capdeville destacou o sucesso da limpeza da faixa do 700 MHz, num esforço conjunto de Anatel, radiodifusores e operadoras, inclusive com a antecipação do cronograma. A experiência positiva da migração da TV analógica para a digital com a transferência da faixa para as operadoras que compraram as licenças foi mencionada também por Wilson Cardoso, diretor de Tecnologia da Nokia para a América Latina, ao defender que o mesmo processo seja feito com a faixa de 600 MHz, hoje usada pela radiodifusão. Ele recomenda que essa faixa venha a ser destinada para a cobertura rural pela 5G, para atender ao agronegócio, uma das verticais escolhidas pelo Plano Nacional de IoT. De acordo com ele, nessa faixa de frequência com uma única radiobase  é possível cobrir de 90 quilômetros a 100 quilômetros.

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