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Reputação do setor não acompanha os investimentos feitos, diz Navarro

O presidente da Telefônica Vivo, Eduardo Navarro, chama a atenção para a falta de percepção da sociedade brasileira para todo o avanço conquistado pelo setor de telecomunicações nos últimos anos.

Photo: Robson RegatoSeja porque telecomunicações não é um problema no Brasil atual, seja porque as empresas não sabem se comunicar bem com a sociedade, seja por que motivo for, a realidade, mostram as pesquisas, é que o serviço prestado pelas operadoras é muito mal percebido pelos formadores de opinião no país. Está em 28º lugar entre 28 segmentos de serviços e produtos pesquisados, atrás de equipamentos de linha branca e eletrônicos e de uma série de serviços.

O presidente da Telefônica Vivo, Eduardo Navarro, apresentou esse dado durante o Painel Telebrasil 2018 para mostrar que o setor de telecom precisa romper o descompasso entre o que oferece à sociedade e como é percebido por ela. Afinal, vem investindo em média, R$ 30 bilhões/ano, mais do que todo o investimento público estimado para 2018. “Nesses 20 anos investimentos em valores corrigidos em torno de R$ 1 trilhão. Não faltou dinheiro. Se podem nos acusar de algo, é de eventualmente não termos investido bem”, pontuou.

Os números do setor mostram muitos avanços, especialmente se comparados com outros indicadores do país. O celular está universalizado, idem a telefonia fixa, 42% dos domicílios têm banda larga, enquanto só 43% dos domicílios contam com serviço de esgoto, 27% têm acesso a cartão de crédito e 25% a plano de saúde privado.

Mas, segundo Navarro, para o setor avançar nos próximos anos, precisa de fato transformar a banda larga na infraestrutura capaz de suportar principais serviços públicos demandados pela população e transformar radicalmente a forma de trabalhar nas indústrias, no comércio e no campo. Para isso, lembra ele, é preciso reduzir o peso regulatório, desnecessário porque ocorre sobre serviços que não são mais demandados pela sociedade (caso dos orelhões e mesmo da telefonia fixa) ou porque envolve uma visão pouco dinâmica do setor (atendimento no call center x canal digital).

“As obrigações excessivas, mesmo em relação à qualidade, muitas que não podem ser cumpridas, acabam gerando uma indústria de multas”, disse ele, cobrando da Anatel uma revisão dos regulamentos e uma adequação das normas à nova dinâmica da própria digitalização interna das companhias e no seu relacionamento com clientes. Afirmou ainda que, se o PLC 79, que vai permitir às concessões de telefonia fixa migrarem para licença de autorização investindo em contrapartida em banda larga, não for aprovado, as concessionárias terão que encontrar outra saída para os bens reversíveis cuja venda está impedida pela Anatel. Navarro esclareceu que estava se referindo apenas aos imóveis que não são usados para a prestação do serviço telefônico: terrenos baldios e prédios desocupados.

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