Rede da Phoenix Fiber já nasce compartilhada, afirma Giusti

“Se a conta não fecha é porque a modelagem não está bem desenhada”, afirma o CEO da Phoenix Fiber, Mauricio Giusti

Para fazer sentido, o modelo de rede neutra tem que trazer vantagem financeira para os usuários, caso contrário, a modelagem não está bem desenhada. A avaliação é do CEO da Phoenix Fiber, Maurício Giusti, feita durante participação na mesa redonda que debateu o tema na INOVAtic 2020, nesta quinta-feira, 26. “O conceito de uma rede neutra traz benefícios para o mercado como um todo, porque é uma operação mais eficiente: é um poste só que se está alugando, é só uma equipe técnica necessária, valorização maior do espaço urbano. Mas isso tem que se traduzir em uma redução de custo”, disse.

O executivo vê também uma oportunidade para atender a demanda por banda larga e a possibilidade de os ISPs acelerarem seus crescimentos, até além de suas capacidades de investimento. Giusti disse que a operação de Phoenix Fiber, que tem rede em 11 cidades, é de atacado, em modelo de rede compartilhada. “A banda larga, que se mostrou tão necessária na pandemia, só é possível porque existe infraestrutura”, disse.

Segundo Giusti, o mercado de torres segue esse modelo de neutralidade e compartilhamento e surgiu no início dos anos 2000. Antes disso, cada operadora tinha sua infraestrutura, que era considerada um patrimônio, mas gerava ineficiência.

O modelo da Phoenix Fiber, de acordo com Giusti, segue os conceitos, de eficiência e aceleração da rede neutra, mas pode oferecer um serviço customizado para ISPs e operadoras. O serviço vai desde backbone, redes secundárias e office center. Mas deixa a conexão do poste à casa do usuário por conta do provedor.

Oi

Para o diretor de Atacado e Franquias da Oi, André Telles, a ideia da rede neutra da operadora levou em conta a penetração da banda larga no Brasil, que é ainda pequena, da necessidade de fibra óptica e de uma infraestrutura robusta, capaz de suportar o 5G, aplicações de Internet das Coisas e aproximar pessoas. Segundo ele, 70% do tráfego da internet já passa pela rede da Oi. “Essa rede é nossa maior fortaleza”, disse.

Telles disse que a nova empresa terá capacidade de ofertar o serviço fim a fim, do backbone até a casa do usuário, deixando os ISPs livres para atuar onde se destacam, a venda, o relacionamento com o cliente e marketing. Mas pode oferecer outros modelos de negócios, deixando por exemplo a última milha para o provedor. “A rede já vem dimensionada para as necessidades dos provedores e com a qualidade garantida”, disse Telles. Ele reconhece que a conta precisa ser fechada, fazer sentido para funcionar.

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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