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Balanço

Receita da Netflix cresce, mas lucro cai 54% em 2015

Despesas cresceram 207% no ano, saltando de US$ 53 milhões para US$ 164 milhões no ano e endividamento triplicou.

Netflix_Logo_Digital+Video_0701A Netflix, provedora de conteúdo em vídeo por streaming, divulgou nesta terça-feira os resultados financeiros de 2015. A companhia continuou a ampliar suas receitas, mas o aumento dos custos com licenciamento de conteúdo e produções próprias fez o lucro encolher.

No acumulado dos 12 meses de 2015 a companhia registrou faturamento de US$ 6,78 bilhões, aumento de 23,3%. O lucro líquido anual despencou 54%, para US$ 122,6 milhões. No mesmo período, as despesas saltaram de US$ 53,3 milhões para US$ 164 milhões – aumento de 207%. O endividamento também cresceu, passando de US$ 885 milhões no final de 2014, para US$ 2,4 bilhões no final de 2015.

Analisando-se apenas o quarto trimestre, o lucro também teve queda de quase 50%, ficando em US$ 43,2 milhões. A receita subiu de US$ 1,48 bilhão no último trimestre de 2014, para US$ 1,82 bilhão no final do ano passado. Como no cenário anual, houve aumento de despesa. Esta foi de US$ 39,16 milhões, ante US$ 19,53 no período final de 2014.

O final de 2015, porém, foi o período da história da empresa em que mais usuários aderiram à plataforma. Foram 5,59 milhões de novos assinantes, contra 4,33 milhões registrados no final de 2014. Com isso, o serviço de streaming passou a ter 74,76 milhões de usuários em todo o mundo – e prevê encerrar o primeiro trimestre de 2016 ultrapassando a marca dos 80 milhões, com ganho de mais 6,10 milhões de assinaturas.

Estados Unidos seguem como principal mercado em receita, representando quase 70% do faturamento. Os mercados fora dos EUA cresceram, mas financiar a acelerada expansão está custando caro. As operações internacionais deram prejuízo de US$ 109 milhões, compensadas pelo lucro de US$ 379 milhões em solo norte-americano. O EBITDA da companhia encerrou o trimestre em US$ 111 milhões. O caixa livre ficou negativo em US$ 276 milhões.

A companhia afirma que espera melhora dos números em 2017, ano em que deverá ter um grande incremento dos lucros uma vez que a expansão mundial terá sido financiada. Segundo a empresa, ao passar a atender mais 130 mercados no começo deste mês, passou a ter acesso a um público potencial, formado por assinantes de banda larga, de 550 milhões de pessoas.

A empresa reiterou, na divulgação do balanço, os planos de investir cada vez mais em conteúdo próprio para diminuir os problemas com licenciamento global. Para este ano, promete produzir 600 horas de conteúdo original, entre séries, longa metragens, documentários e especiais de humor stand up. Ano passado, produziu 450 horas de conteúdo.

A empresa afirma, ainda, que está ciente do crescimento do uso por celular, e que vem trabalhando para facilitar o uso em smartphones e, inclusive, diminuir a quantidade de dados que demanda. Atualmente, o tráfego do Netflix representa 37% de todo o tráfego web nos Estados Unidos. O Youtube representa 18%, segundo a companhia.

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