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Quando os três elos ganham

A TIM fez uma parceria com o C6 Bank que já conquistou 800 mil clientes da operadora em apenas três meses

[infobox title=’TIM‘]3º lugar

Categoria Operadoras de Serviços de Comunicações

Serviço inovador: Parceria TIM C6[/infobox]

Por Wanise Ferreira

[O Tele.Síntese vai publicar ao longo das próximas semanas as reportagens publicadas no Anuário Tele.Síntese de Inovação 2020, editado no final do ano passado e que pode ser baixado na íntegra e gratuitamente aqui]

A TIM trabalhou em uma engenharia financeira inédita para que pudesse viabilizar uma parceria com a fintech C6 Bank, onde todos pudessem ganhar. Pelo modelo, a operadora entra com sua base de assinantes, a fintech oferece seus serviços financeiros e remunera a TIM com parte de suas ações. Já o consumidor que se torna cliente do banco digital ganha MB de internet como bônus e facilidades nos pagamentos e recargas. Lançado em julho, o TIM C6 Bank já teve a adesão de 800 mil clientes em apenas três meses.

O executivo lembra que o C6 Bank é um banco completo, sem a estrutura de custos de agências, sem legados e que não cobra taxas pelas transações. Ele é remunerado por taxas de intercâmbio em outros serviços como créditos, seguros, cartões. “Se fossemos cobrar tudo na forma tradicional, iríamos onerar muito o caixa do nosso parceiro e dificultar o negócio. Decidimos então por esse modelo inovador que nos permite participação acionária na fintech, um dos grandes mercados em crescimento. No final deste ano provavelmente já bateremos a primeira meta para a conquista de ações”, comenta Renato Ciuchini (foto), que comanda a área de Estratégia e Transformação da TIM.

Pelo acordo, o máximo de ações que serão detidas na fintech é de 14,5%. O executivo lembra que o C6 Bank é um banco completo, sem a estrutura de custos de agências, sem legados e que não cobra taxas pelas transações. Ele é remunerado por taxas de intercâmbio em outros serviços como créditos, seguros, cartões de crédito. “No Brasil,
atualmente são pagos cerca de R$ 30 bilhões somente em taxas bancárias. Uma hora esse modelo vai ter de mudar”, observa Ciuchini.

O executivo ressalta que o C6 recebeu uma soma alta de investimentos para competir como banco digital mas precisava de uma base de clientes.  “E nós temos 50 milhões de clientes, o que foi a parceira perfeita”, completa. As duas equipes, da TIM e do C6, se uniram para construírem produtos conjuntos a serem oferecidos para essa base.
A TIM, inclusive, tem mais condições de colaborar na análise de créditos do banco, o que permite que ele se torne mais agressivo nessa área do que outras instituições financeiras. No momento, eles estudam como permitir que o cliente acesse diretamente a fatura da TIM no aplicativo do C6.

Para a TIM, esse acordo traz inúmeras vantagens. Uma delas é que fortalece a marca e reduz o churn. Outra é que isso aconteceu de forma que a empresa não precisou fazer investimentos. E, por fim, gera valor tanto para o consumidor quanto para o acionista. “Eu consigo surfar na onda da supervalorização do mercado das fintechs, levar
mais satisfação para meu cliente e sem precisar investir”, resume Ciuchini.

A oferta do TIM C6 é feita para todos os segmentos e perfis de consumidores que ela atua. No começo de 2021, o serviço vai ser oferecido também para os clientes corporativos da operadora. Os assinantes da TIM ganham bônus de internet quando abrem a conta, fazem uma recarga ou pagam a fatura pelo app do banco. Além de ter acesso a um portfolio de investimentos diferenciado, também tem condições especiais de compra de smartphone nas Lojas TIM. Tem ainda acesso ao C6 Kick, que permite fazer transferências (TED) de forma simples apenas utilizando o número do telefone. E não tem consumo de dados quando está no app do banco.

Um dos públicos que a TIM está de olho são os desbancarizados. Cerca de 30% da população economicamente ativa não tem acesso aos bancos por conta das altas taxas de serviços bancários. Mas também quer atrair aqueles que já têm conta mas não estão satisfeitos com o sistema tradicional e os altos custos cobrados pelas instituições tradicionais.

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