Qualcomm pretende conectar todos dispositivos inteligentes na ponta

A empresa aposta em quatro verticais para crescer nos próximos anos, são elas handsets, RF front-end, automóveis e IoT. Com isso, Qualcomm espera passar a endereçar um mercado de US$ 700 bilhões
Crédito: Divulgação. Qualcomm
Crédito: Divulgação

A Qualcomm pretende ser a companhia que irá equipar um edge inteligente e conectado, afirmou o presidente e CEO da empresa, Cristiano Amon, em evento hoje, 16. A nuvem tem sido uma das grandes apostas da empresa, inclusive para carros autônomos. De acordo com projeção da companhia, 64% dos dados no futuro serão processados na ponta, em vez dos lugares convencionais.

“É uma oportunidade para conectar tudo que tem suporte de companhias de nuvem no que nós chamamos de inteligência edge conectada. Isso diz respeito a milhões de dispositivos conectados que estão se tornando mais inteligentes, conectados, que tem processamento eficiente e estão viabilizando indústrias de nuvem”, comentou o presidente.

Com isso, a Qualcomm estima que o mercado que endereça irá crescer sete vezes, passando a valer US$ 700 bilhões. O mercado de nuvem, por exemplo, que necessitará fortemente da inteligência edge conectada, apresentará expansão de 35%.

Seguindo uma estratégia de diversificação de serviço, a Qualcomm tem buscado investir nas verticais do futuro por meio de suas plataformas integradas. Entre as quatro verticais de investimento da empresa estão: dispositivos, RF front-end, automóveis e IoT. Por enquanto, os últimos três segmentos ainda representam apenas 38% da receita da Qualcomm, que chegou a US$ 33,5 bilhões em 2021. Esse valor representa um crescimento de 55% em relação a 2020.

Handset

Para hardwares, Amon afirmou que a companhia conta com contratos com as empresas Xiaomi, Oppo, Vivoe Honor (Huawei), “fontes previsíveis de receita”. Com a Samsung, o presidente comentou que “essa é uma relação que estamos expandindo”.

As futuras tecnologias dos processadores Snapdragon deverão dispor de inteligência artificial mais aprimorada. Uma das aplicações permitirá que a câmera dos smartphones consiga distinguir o que é cada elemento de uma foto, seja céu, pessoa ou ambiente, para tratá-los de forma segmentada. Nesse caso, as árvores poderiam se tornar ainda mais verdes na imagem, uma vez que a tecnologia pressupõe ser essa sua cor natural. Enquanto isso, outra nova tecnologia, a 5G, deverá constituir 1,1 bilhão dos dispositivos enviados em 2024.

RF front-end

A Qualcomm chegou a despachar 8 milhões de unidades de RF front-end no ano fiscal de 2021. Esse número deve crescer ainda mais, conforme Amon, impulsionado pelas ondas milimétricas, carros inteligentes e IoT.

Assim, o SAM (Serviceable Available Market) gerado por esses produtos deverá ser de US$ 24 bilhões em 2024, ante os R$ 17 bilhões arrecadados em 2021. A companhia também estabeleceu a meta de aumentar a eficiência energética de suas antenas em 30% até 2023.

Automóveis

Com mais tecnologia incorporada aos automóveis, eles irão permanecer conectados à nuvem 100% do tempo, diz o presidente Cristian Amon. O núcleo do 5G será o centro de distribuição de 5G, entretenimento e analytics, e a experiência do carro se tornará mais imersiva.

Hoje, a companhia está trabalhando com 25 Fabricantes do Equipamento Original (OEMs).  Para esse mercado, a Qualcomm está desenvolvendo a plataforma Snapdragon Digital Chasis, que comprimirá diversas outras plataformas da empresa. Isso engloba Snapdagon Ride Platform, Auto Connectivity, Cockpit Platform e Car-to-cloud. Nos próximos oito anos, a empresa estima que terá um receita de US$ 8 bilhões advinda dos automóveis e um SAM de US$ 15 bilhões até 2026.

Uma das aplicações que a empresa está trabalhando será capaz de notar se o motorista estiver distraído. Na visão da empresa sobre o futuro do transporte, o carro estará conectado a tudo, incluindo pedestres e semáforos. Em uma de suas parcerias mais recentes, formada com a BMW, a Qualcomm irá ajudar a construir a próxima geração da plataforma de carros autônomos.

IoT

A projeção é de que o SAM do segmento de IoT saia de US$ 42 bilhões em 2021 para US$ 67 bilhões em 2024. Segundo Cristiano Amon, o valor deverá vir da demanda de consumidores finais, indústrias e do edge.

No primeiro caso, a empresa anunciou uma parceria com a Meta, antigo Facebook, para o desenvolvimento de óculos de realidade aumentada. As companhias utilizaram a plataforma Snapdragon XR2 no equipamento. Já os negócios precisarão gerenciar jogos, ferramentas de trabalho para a nuvem.

Avatar photo

Ramana Rech

Artigos: 110