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Holofote

Provedores do NE enfrentam pandemia com redes reforçadas

CEOS DA BRISANET, MOB TELECOM, TELY, WIRELINK E UM TELECOM AFIRMAM QUE VÃO MANTER INVESTIMENTOS EM 2020

A pandemia do novo coronavírus chegou de surpresa, mas encontrou os provedores do Nordeste em um momento de expansão de suas redes, o que garantiu a essas empresas o atendimento do aumento de cerca de 50% do tráfego, em consequência do isolamento social. Foi o que afirmaram os CEOs da Brisanet, Mob Telecom, Tely, Wirelink e da UM Telecom, em webinar mediada pelo presidente executivo da TelComp, João Moura.

“Nossa primeira preocupação foi com os nossos colaboradores, depois com a inadimplência, que chegou a reduzir a arrecadação em 25% mas, com o trabalho do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Anatel, a renda voltou a se normalizar já em meados de abril”, contou o CEO da Brisanet, Roberto Nogueira. Ele disse que, mesmo com a apreensão com a volta da inadimplência após o fim do auxílio emergencial pago pelo governo, a empresa manterá seus projetos de expansão para 2020.

O CEO da Mob Telecom, Salim Bayde, disse que a empresa tem um planejamento estratégico de expansão até 2022 que, de alguma forma, está sendo seguido, apesar da forte alta do dólar e da dificuldade de transporte de materiais. Segundo ele, a crise tem servido para que a empresa olhasse para dentro de casa, trabalhando no engajamento das equipes e redução de custos, com obtenção de redução de 8% nos custos. Outra decisão foi investir mais no mercado B2C (cerca de 70% dos recursos aplicados) reforçando o atendimento aos ISPs.

A Um Telecom optou por acelerar o desenvolvimento de produtos digitais, que se mostraram imprescindíveis em tempos de trabalho remoto, afirmou o CEO da empresa, Rui Gomes. Soluções de cloud, telemedicina e de segurança da informação passaram a ser necessidades urgentes. Ele disse que teve que adiar a compra de uma empresa em São Paulo e algumas expansões de redes, que deverão ser retomados mais para frente. A prestadora também se preocupou com os colaboradores, bancando o teste da CoVID-19 em todos eles. Só 7% deram positivos para contágio, afirmou.

O CEO da Tely Telecom, Leonardo Lins, disse que a crise forte pegou a empresa de surpresa, mas as redes estavam em ótimas condições, já que os backbone tinham passado por expansão em 2019. “Nós praticamente não paramos os investimentos. Ele disse que, mesmo depois da pandemia, irá manter algumas áreas da empresa em home office, já que essa prática tem se mostrado exitosa. Os demais empresários concordaram com isso.

A Wirelink também deve manter os investimentos previstos para 2020, especialmente a rede que deve construir no Nordeste em parceria com a RNP, mas no momento está 100% voltada para o atendimento de ISPs e para contribuição em ações para reduzir o impacto social da pandemia. O CEO da empresa, Adriano Marques, disse que antes da crise, a capacidade da rede era de 890 Giga e agora passou para 1,5 Tera, após a iluminação de vários pontos com transponder de maior capacidade.

NOVO NORMAL

Para os empresários, após a pandemia o mundo não será mais o mesmo, especialmente na área de telecomunicações, que terá que suportar uma economia cada vez mais digital. “Precisaremos de mais robustez nas redes, soluções de segurança e um olhar especial para o mercado de ISP, que tem se mostrado muito resiliente nessa crise”, disse Rui Gomes.

Adriano Marques, que se curou da COVID-19 recentemente, o novo normal será um tráfego cada vez mais crescente, com a manutenção significativa do trabalho remoto e com o avanço da Internet das Coisas e a chegada do 5G. “Vamos precisar de robustez, segurança e capilaridade das redes”, prevê.

Roberto Nogueira vê a explosão astronômica de consumo de dados nos próximos anos, com a migração de novos serviços para a internet, inclusive o da TV aberta. Leonardo Lins também prevê alta do tráfego nas redes e as prestadoras vão precisar adequar suas ofertas para suprir a demanda.

Já Salim Bayde entende que a demanda tende a se manter no patamar já alto com o home office em larga escala. Para ele, o que será diferente é como as prestadoras vão ofertar os seus serviços, com ênfase na proteção de acessos remotos e uma nova relação com as OTTs.

Ou seja, todos preveem um crescimento do setor, que sairá fortalecido da pandemia. Isso se ela não demorar um longo tempo para ser debelada.

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