Produtoras se unem para combater pirataria na distribuição de conteúdo

Empresas consideram que a prática ilegal persiste e prejudica os fornecedores de conteúdo que realizam investimentos e fecham parcerias para a distribuição.

Com sinais criptografados ou não, ainda há brechas para que o conteúdo desenvolvido por produtoras chegue a assinantes de Internet banda larga de forma ilegal. Por isso, as empresas querem fechar o cerco e mantém um sistema de checagem entre elas que, por enquanto, é informal para descobrir o que pode estar sendo transmitido por um ISP ou outra empresa sem que haja contrato para isso. A reação pode ser desde uma conversa com o responsável para que cesse esse tipo de atividade ou regularize a situação até medidas judiciárias.

“Para aqueles que agem dessa forma, estamos de olho”, observou Carolina Vargas, fundadora e CEO do grupo Stenna. Ela garante que nos acordos que representa a regularização da situação do operador ilegal é simples e fácil de ser feita ao contrário do que muitos acreditam. A companhia oferece uma estrutura completa no mercado de audiovisual que atende a gestão dos negócios entre o ISP e os fornecedores de conteúdo. Além disso, tem no seu portfolio um grande número de canais do mundo inteiro, como Euronews, RTVE, além de grupos brasileiros, como SBT e Canaltech, do Magazine Luiza.

“Infelizmente ainda existem situações de conteúdo sendo transmitido de forma ilegal, não tanto no Globoplay mas nos que pertenciam à antiga Globosat, e vamos combater essa prática junto aos grandes produtores porque essa atitude destrói valor e corrói nossa indústria”, ressaltou Marcelo Bechara, diretor de Relacões Institucionais e Regulação de Mídia do grupo Globo.

Para Ricardo Falcão, diretor de TV da Claro, a competição é saudável mas a pirataria tem impacto nos custos, investimentos e uma receita que não chega. “Estamos junto na campanha mas é um trabalho interminável, é como enxugar gelo. Mas se todos trabalharem no sentido de combater essa prática, conseguiremos vencer”, ponderou.

Com um relacionamento longo com os ISPs, a MLearning tem conteúdo bem específico com plataforma de cursos e treinamento online. Romulo Abdalla, CEO da Mlearn Educação Móvel se considera “apaixonado” pelo trabalho junto aos provedores regionais que permitiram levar educação a região mais afastadas em todo o país que, sem isso, não teria acesso a esse conteúdo. Ele tem mais de 200 ISPs a seu lado nessa trajetória.

Mas o executivo chama a atenção para um ponto de atenção, além da pirataria. Trata-se da necessidade de todas as empresas, incluindo os provedores regionais, de se adaptarem ‘a Lei Geral de Proteção de Dados, já em vigor.

Os executivos participaram hoje do painel “Mais conteúdo para os ISPs” durante o Inovatic 2021. O evento é realizado pelo Telesíntese e segue até amanhã.

 

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Wanise Ferreira

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