Procon-SP aponta aumento de juros nos empréstimos bancários -

O Procon-SP realizou no início do mês de dezembro, 02, uma pesquisa que apontou o aumento para 7,56% da taxa média de juros para empréstimo pessoal em uma série de bancos. No mês anterior, novembro, os valores encontravam-se em torno de 7,40%, ocorrendo um aumento de 0,16 pontos percentuais (p.p), uma variação positiva de 2,16%. Os bancos analisados pelo órgão foram: Banco do Brasil, Banco Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco Itaú e Banco Safra.

Esmiuçando os bancos analisados, o Banco Safra foi aquele que teve maior aumento percentual, saltando de 5,90% ao mês, em novembro, para 7,25% agora em dezembro, crescendo 1,35 p.p. Essa variação representa um acréscimo de 22,88% para futuros devedores no banco.

O Banco Itaú, por sua vez, teve um aumento mais moderado subindo suas taxas de 9,53% para 9,73%, acréscimo de 0,20p.p, representando um avanço de 2,10% em relação ao mês anterior.

Finalizando os bancos que aumentaram as taxas de juros para empréstimo pessoal, o Banco do Bradesco aumentou seus juros de 9,78% para 9,81% ao mês. Representando um acréscimo de 0,03 p.p, um avanço de 0,31% em relação ao mês anterior.

Já a Caixa Econômica Federal foi o único banco analisado que regrediu os valores cobrados dos juros para empréstimo pessoal. A Caixa cobrava 4,72% ao mês em novembro, com o reajuste o valor regrediu 0,62 p.p chegando a 4,10%. O valor representou uma queda de 13,13%.

Os demais bancos analisados, Banco do Brasil e Banco Santander, não tiveram alterações no valor cobrado para empréstimos, mantendo 6,57% e 7,89%, respectivamente.

Para a economista, professora do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) e coordenadora do curso de economia na mesma instituição, Juliana Inhasz Kessler, “Os dados do Procon-SP mostram o que é a economia brasileira hoje e o que esperar daqui para frente. É uma economia de juros elevados que refletem, primeiro, a nossa dificuldade de retomar um patamar de crescimento, também uma inadimplência muito elevada, uma economia que tem juros altos, mas que também tem inflação alta e tenta de alguma forma se alinhar.”, afirma a professora.

Contudo, o processo de equilíbrio das contas é difícil e a situação político-econômica nacional não contribui, para Juliana, a pesquisa divulgada pelo Procon-SP sinaliza um estado de alerta. ” Os bancos e as instituições financeiras estão entendendo um maior risco para o começo do ano que vem, eventualmente um maior endividamento, uma exposição ao risco realmente um tanto maior, e eles já estão repassando para as suas taxas isso antes mesmo do cupom sinalizar qualquer tipo de ajuste na taxa básica.”, finaliza.

Por sua vez, para o cheque especial não houve mudança na média cobrada pelos bancos analisados, mantendo a média de novembro (7,96%). Vale mencionar que desde fevereiro do ano passado, a taxa média de cheque especial permanece a mesma

Por fim, o Procon-SP orienta que o consumidor deve tomar cuidado com os gastos de final de ano. É importante planejar o que fazer com o 13º salário, dando prioridade ao pagamento das dívidas pendentes e, se possível, reservar uma parte para as despesas do início do ano, como matrículas, materiais escolares, IPVA, entre outras.

Ettory Jacob é estagiário de jornalismo da Momento Editorial

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Redação DMI

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