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Infraestrutura

Presidente da Anatel diz que fazer leilão 5G no 1º semestre é desafiador, mas factível

Leonardo de Morais lembrou que o leilão irá exigir compromissos de investimentos em expansão de conectividade e de rede de transporte

O lançamento do leilão 5G no Brasil está previsto para o fim do primeiro semestre de 2021, um prazo desafiador, mas factível, conforme afirmou Leonardo Euler de Morais, presidente do Conselho Diretor da Anatel, hoje, 9, em live realizada pelo jornal Correio Braziliense.

O relator designado para elaborar a minuta do edital deve apresentar seu voto entre o fim de janeiro e início de fevereiro. Depois de apreciada pelo Conselho da Anatel, as precificações serão levadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), que dispõe de até 90 dias para se manifestar. Por fim, a lei estabelece um prazo de 30 dias entre a publicação e a realização do edital.

Morais mencionou que o leilão 5G representa uma “oportunidade singular” para estimular a expansão da rede por meio do direito de uso de bens públicos. Ele lembrou do leilão da frequência de 1,8 GHz do 3G. Na ocasião, ficou decidido que as operadoras que levassem as áreas mais rentáveis, os chamados “filés”, também ficariam responsáveis pelas áreas menos rentáveis, os “ossos”.

“Nesse próximo edital, a gente quer, novamente, expandir a cobertura para distritos não-sede, onde residem ainda uma quantidade significativa de pessoas. Seis milhões de brasileiros residem  em 14 mil localidades que ainda estão desprovidas de serviço. Nós queremos colocar compromissos de investimentos para que essas localidades sejam atendidas”, disse.

Além do investimento em conectividade, Morais comentou que a Anatel quer inserir no edital compromissos com a rede de transporte de backhaul e backbone. Diante do 5G, essa rede ganha importância crescente. E as áreas mais prejudicadas são o Norte, Nordeste e o estado de Minas Gerais. “Quase 1500 dos municípios que não têm fibra óptica chegando até a sede estão no Norte e no Nordeste e 27% estão no estado de Minas Gerais.”

Morais falou ainda que as operadoras não devem focar apenas na tecnologia, a fim de que o negócio não continue limitado a conectividade. “O desafio também é desintermediar a cadeia e trazer mais valor aos serviços de conectividade” e completou dizendo que para ir além da conectividade será preciso formar diversas parcerias.

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