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A polêmica trajetória do “bilionário egípcio” que está de olho da Oi

O egípcio Naguib Sawiris já teve a sua proposta de compra de uma operadora canadense negada pelo governo do Canadá, com base na lei de segurança nacional. Este mês, foi forçado a fechar o banco que tinha na Coreia do Norte, por determinação do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos. Na Coreia do Norte, mantém a sociedade da operadora de celular com líder coreano, Kim Jong Un.

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Com o anúncio desta sexta-feira, 16,  dos bondholders  credores da Oi, representados pela Moellis & Company em parceria com o bilionário egípcio Naguib Sawiris, referente á proposta para  dívida da concessionária brasileira, vale a pena conhecer um pouco mais sobre quem é esse investidor que quer aportar no Brasil. São as notícias estrangeiras sobre seus controvertidos negócios.

Ao circularem no mês passado em Brasília, os representantes estrangeiros de  Swaris – que vieram acompanhados pelo não pouco polêmico empresário brasileiro Naji Nahas – apresentaram como referência do grupo no mercado de telecomunicações a participação na italiana Wind Telecom, que se tornou a maior operadora de celular da Italia em agosto deste ano, com a fusão com a Three, controlada pela Hutchison,  de Hong Kong.

Mas o que o grupo não disse ao governo brasileiro é que  também tem uma operadora celular na Coreia do Norte, em joint-venture com o  ditatorial governo de Kim Jong Un. A “profícua” parceria com esse líder norte-coreano gerou  uma das mais rentáveis operadoras de celular do mundo, apesar da renda média mensal da população ser de apenas US$ 30.

A joint-venture (o governo coreano possui 75% da operadora de celular) ampliou a influência do grupo no país e  o bilionário egipcio acabou abrindo um banco comercial. Mas neste mês de dezembro foi obrigado a fechá-lo, devido às sanções impostas pelo Conselho das Nações Unidas e pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.  O banco tinha como sócio o Foreign Trade Bank of North Korea, um dos braços financeiros do programa nuclear daquele país.

A afinidade de Swaris com a Coreia do Norte, que começou em 2008, acabou gerando desconfianças em outros governos ocidentais. O governo canadense,por exemplo, vetou, em 2013,  a aquisição que Swaris queria fazer da operadora de rede de banda larga fixa canadense AllStream. Por intermédio de seu fundo de investimentos Accelero Holdings, Swaris ofereceu US$ 520 milhões ao grupo Manitoba Telecom pela empresa.  O negócio só seria concretizado após a aprovação do governo canadense, o que não aconteceu.

Para negar a compra, o Ministério das Telecomunicações informou à época que a rede da AllStream, com mais de 30 mil quilômetros, era estratégica demais, pois prestava serviços a diferentes corporações,  inclusive ao governo do Canadá. Ele usou, então,  a lei de segurança nacional para vetar o negócio.

Em época anterior, Swaris já havia recebido outro veto da agência reguladora canadense. Ele teria financiado 80% das operações da Wind Mobile canadense. Porém, quando o egípcio ingressou no mercado de telecom canadense, a legislação proibia que estrangeiro participasse das companhias de telecomunicações.

A ideia do empresário era ficar com a maioria das ações da operadora, mas sem direito a voto.  Mesmo assim, o governo inicialmente proibiu essa operação, para ser liberada em 2009,  e finalmente legalizada em 2012. A lei foi modificada para que o capital estrangeiro pudesse adquirir a totalidade das ações de pequenas operadoras de telecom, com não mais de 10% do mercado.

A participação da Orascom, normalmente em minoria, mas com controle,  se espalhou por inúmeras empresas de telecom da África, Ásia, e Europa. Em fevereiro de 2011 Swaris vende a holding Orascom de Telecom para a russa Vimplecom. Mas mantém a operação coreana e a  italiana. Por onde passa, há também inúmeras denúncias de corrupção e de propina. (Com agências internacionais)

 

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