Pix movimenta R$ 508 bilhões em quatro meses e surpreende BC

Até fevereiro de 2021, mais de 653 milhões de transações foram efetuadas, totalizando R$ 508,8 bilhões, considerando ordens de pagamento e devoluções. Até o Banco Central se surpreendeu. Você vai encontrar muito mais informações no site Digital Money Inform, que chegará já já ao mercado.

Já são mais de 181 milhões de chaves cadastradas, de 73,2 milhões de usuários do Pix, o meio de pagamento instantâneo que entrou em operação em novembro de 2020. Até fevereiro de 2021, mais de 653 milhões de transações foram efetuadas, totalizando R$ 508,8 bilhões, considerando ordens de pagamento e devoluções.

O Chefe de Subunidade do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, Breno Santana Lobo, se mostra surpreso com o resultado. “Na verdade, tivemos as expectativas superadas. Não esperávamos que as adesões fossem tão rápidas como têm ocorrido, imaginávamos uma curva de adoção um pouco mais suave. A população em geral conseguiu enxergar os benefícios do Pix e o uso está bem mais generalizado do que esperávamos”, ressalta.

Serviços como registro de recebíveis, saques no comércio, Pix por aproximação e o Pix Cobrança ainda não estão disponíveis para os usuários. O Pix Cobrança, por exemplo, que permitirá cobranças com vencimentos em datas futuras a partir da geração de um QR Code, estava previsto para entrar em operação em 15 de março, mas teve sua implementação adiada para 14 de maio. O registro de recebíveis tem previsão para junho e já os saques no comércio só devem iniciar no segundo semestre deste ano.

Breno Santana Lobo. Chefe de Subunidade do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central.

“O tempo que estabelecemos é o necessário para a adequação das infraestruturas, só devemos lançar esses produtos quando tivermos a segurança mínima necessária de operação e contra fraudes”, explica Breno Lobo. A segurança é preocupação do Banco Central e dos 745 participantes do Pix, entre bancos comerciais, bancos múltiplos, cooperativas de crédito, instituições de pagamento e outros.

Para o Banco Central, os golpes e fraudes não são novos, são os mesmos, agora aplicados em um novo meio. O que tem sido feito maciçamente são campanhas de informação ao usuário. “O sistema é seguro. É uma rede totalmente fora da internet e o ataque é muito difícil porque o hacker tem que entrar numa rede própria, interna. A ponta frágil é o usuário, que pode cair em golpes. A nossa preocupação é passar a informação para os cuidados que as pessoas devem ter”, assegura Breno Lobo.

Cobrança de taxas

Um dos benefícios que atraiu milhões de usuários ao Pix, além do funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana, é ser 100% gratuito para pessoas físicas. O Banco Central, no entanto, não exige essa isenção para contas empresariais.

Após um período gratuito, vários bancos comerciais passaram a cobrar das empresas por operação do Pix, enquanto fintechs e outros participantes mantêm a gratuidade. O agravante é que as empresas podem ter de pagar quando recebem e quando efetuam transações. O Banco Central tem monitorado essas cobranças, mas defende uma autonomia do mercado.  “Por enquanto achamos que as taxas cobradas estão condizentes, eventualmente pode ter uma taxa mais alta, mas acreditamos que elas vão se acomodar, de fato, para um nível menor por ser um mercado bastante competitivo. Se tiver algum tipo de abuso, podemos agir”, avalia Lobo.

 

Avatar photo

Cândida Bittencourt

Jornalista com experiência em jornais, rádios e TV do Brasil e exterior. Formada pela UNI-BH, tem MBA em gestão de marketing pela FGV e especialização em comunicação corporativa pela ESPM.

Artigos: 33