Correios atenuam perdas, mas prejuízo soma R$ 597 milhões em 2023

Prejuízo líquido da estatal diminuiu 22,2% no ano passado; apesar de não impedir a baixa das receitas, serviços internacionais cresceram 23,2%
Correios têm prejuízo de R$ 567 milhões em 2023
Correios amargam prejuízo em 2023, ainda que menor do que em 2022 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os Correios registraram prejuízo líquido de R$ 597 milhões em 2023, de acordo com balanço financeiro divulgado nesta quinta-feira, 28. Apesar de negativo, o resultado é 22,2% menor do que as perdas apuradas no ano anterior, quando o prejuízo somou R$ 767,5 milhões.

A receita líquida totalizou R$ 19,2 bilhões no ano passado, uma redução de 2,8% na comparação com os R$ 19,8 bilhões de 2022.

A queda foi puxada pela baixa de 9,6% no segmento de encomendas, o de maior importância para os Correios (representa 48% do faturamento). Em números absolutos, a receita de encomendas somou R$ 9,5 bilhões em 2023 – o declínio anual foi de R$ 1 bilhão, tendo em vista o montante de R$ 10,5 bilhões no ano anterior.

O serviço de mensagens também teve queda. O faturamento caiu de R$ 4,9 bilhões, em 2022, para R$ 4,6 bilhões, em 2023, registrando baixa de 5,8%.

Por outro lado, as receitas no segmento internacional subiram 23,2%, chegando a R$ 4,4 bilhões, ante R$ 3,5 bilhões no ano anterior, o que contribuiu para amenizar as baixas nas outras atividades.

Segundo os Correios, a alta no segmento acompanha “o crescimento do e-commerce internacional no país” e reflete as “ações voltadas ao atendimento das necessidades dos marketplaces”.

No ano passado, os investimentos da estatal totalizaram R$ 755,4 milhões, valor estável em relação a 2022. Os destaques foram a modernização de veículos (alta de 3,92%) e a manutenção da infraestrutura operacional (33,4%). Por outro lado, os desembolsos para TI caíram 43,8%.

Perspectivas

Fora dos planos de privatização do governo – enfatizado no primeiro parágrafo do relatório sobre os resultados de 2023 –, a administração diz que a estatal tem “capacidade de gerar fluxo de caixa suficiente para honrar seus compromissos e, assim, dar continuidade a seus negócios de forma perene no futuro previsível”.

Nesse sentido, a empresa indica que deve implementar, conforme o Plano Estratégico para o ciclo 2024/2028, “ações relacionadas a melhorias nos processos e nos produtos, centradas na percepção de valor pelo cliente”. Além disso, os Correios buscam aumentar sua participação nos mercados de livre concorrência, incluindo a expansão da plataforma de negócios e a oferta de soluções digitais para o comércio eletrônico.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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