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Segurança

Penalidades da LGPD podem levar à falência e-commerce e call center

Especialistas em Cyber Risk defendem que será preciso ter diligência e implementar estrutura tanto de riscos cibernético quanto de privacidade para evitar as sanções previstas, que vão de advertência, multas de R$ 50 milhões à proibição da atividade relacionada ao tratamento de dados.  
Ilustração de Peggy und Marco Lachmann-Anke / Pixabay

Empresas envolvidas em atividades de e-commerce e call center correm o risco de ir à falência por causas das penalidades previstas  pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), em caso de descumprimento da legislação, e devem desde já se preparar para evitar a aplicação de sanções, a partir do dia 1º de agosto de 2021.

A recomendação foi feita hoje, 10, durante live, por especialistas em Cyber Risk Services da Deloitte. Um deles, Marcelo Farias, ao ser questionado se há a chance dessas empresas quebrarem por excesso de multas, afirmou:  “Existe sim a possibilidade, se essas organizações não fizerem o dever de casa, negligenciarem uma regulamentação tão robusta e com penalidades tão fortes como a LGPD, possivelmente elas podem passar por um processo e não terem condições de dar continuidade”.

O especialista se referiu a sanções que vão desde a advertência – com indicação de prazo para medidas corretivas, multa de até R$ 50 milhões  à suspensão ou à proibição do exercício de atividades relacionadas a tratamento de dados. “As empresas só sobreviverão se conseguirem ter diligência e implementar estrutura tanto de riscos cibernético quanto de privacidade,” continuou.

Proteção especial

Emílio Bartolomeu, também especialista de Cyber Risk Services da Deloitte, ponderou que essas empresas precisam adotar  uma atenção especial para a proteção dessas informações.

“Todas as empresas precisam se adequar, mas aquelas que utilizam muito os dados pessoais e sensíveis em suas operações, dentro desse programa de privacidade, devem redobrar a atenção em relação à estrutura de cyber segurança e controle e proteção de dados. Têm que reforçar essa camada de proteção”, disse.

Acrescentou que será necessária uma mudança de cultura muito forte para que o tratamento de dados passe a ser uma questão ética das empresas. “No passado, as organizações queriam mais dados, era o novo petróleo. Hoje em dia quanto mais dados, mais têm que ser diligentes. Menos informações são menos riscos ”, comparou.

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