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Pedido de tutela não impacta fornecedores, diz Oi

Em comunicado, a Oi diz que recorreu ao pedido de tutela para se proteger dos credores financeiros, com os quais negocia reestruturação da dívida deste outubro. Garante que operações seguem normais e que fornecedores continuam recebendo normalmente.

A Oi emitiu comunicado na manhã desta quinta-feira, 2, no qual ressalta que o pedido de tutela antecipada protocolado ontem na Justiça do Rio de Janeiro não afeta o pagamento de fornecedores e que, em termos operacionais, a empresa segue funcionando normalmente.

Diz a Oi que o pedido de tutela pretende proteger o negócio justamente da cobrança de credores financeiros, com os quais atualmente vem renegociando o pagamento da dívida.

“Foi uma medida de proteção adequada neste momento para proteger a Companhia e suas subsidiárias contra a exigibilidade de créditos e garantias e permitir o avanço das discussões e tratativas com os credores, em curso desde o ano passado, visando uma potencial renegociação das dívidas da Companhia”, explica.

Segundo a Oi, a aprovação da tutela visa “resguardar as possibilidades de recursos processuais formais de recuperação aos quais possa recorrer no prazo legal”, ou seja, abre caminho para eventual pedido de recuperação judicial se as negociações com os credores financeiros falharem.

A cautelar também tem o condão, afirma, de garantir “a otimização de sua liquidez e do perfil de endividamento, permitindo a continuidade da execução de sua estratégia com a oferta de serviços diferenciados a seus clientes B2C e B2B, sempre em linha com as regras e compromissos assumidos junto à ANATEL”.

Negociação intrincada

A dívida da Oi, que saiu de uma recuperação judicial de seis anos em dezembro passado, segue alta. A empresa deve cerca de R$ 29 bilhões a credores financeiros, entre bancos e agência de crédito internacionais. Em outubro de 2022, contratou a consultoria Moelis & Company para negociar com estes credores uma reestruturação do passivo. Mas as conversas seguem sem resultados concretos, enquanto vencimentos se aproximam (já há contas a pagar a credores financeiros no dia 5 de fevereiro).

Em dezembro, a Oi divulgou informações relevantes e não públicas prestadas no contexto de discussões com os credores, como estava autorizada a fazer por contrato de confidencialidade.

A empresa reconhece que, embora tenha acabado de sair de um complexo processo de recuperação, ainda há questões não resolvidas que afetam sua viabilidade no futuro.

“Apesar da conclusão de etapas importantes do seu Processo de Transformação, como a venda das UPIs e da mudança do seu modelo de negócio, a Companhia ainda precisa encontrar soluções para questões essenciais para a sua sustentabilidade futura”.

Iniciativas

Diz que está promovendo grande reestruturação interna, com readequação da estrutura de custos; equacionamento dos passivos operacionais e regulatórios da concessão de telefonia fixa e suas operações legadas; além otimização de sua estrutura de capital.

“Ciente da relevância do seu papel no mercado brasileiro, a Oi deve e continuará explorando todas as opções disponíveis para otimizar sua liquidez, e garantir a plena execução de seu Plano Estratégico de longo prazo, atendendo não apenas aos seus interesses econômicos e sociais, mas também os de seus acionistas e demais stakeholders”, finaliza.

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