Para Baigorri, saída não é regulamentar OTTs, mas desregulamentar mercado

Segundo superintendente de Competição da Anatel, em mercado onde não existe barreira de entrada não se justifica a ação de regulador.

 

Anatel, Carlos Baigorri. (foto: Felipe Canova Gonçalves)
Anatel, Carlos Baigorri. (foto: Felipe Canova Gonçalves)

O superintendente de Competição da Anatel, Carlos Baigorri, usou o exemplo do mercado de táxi para mostrar porque a Anatel é contra regular o mercado das chamadas OTTs, as empresas de internet, ou over-the-top. Lembrou que o mercado de táxi era um mercado regulado pelo poder público, que exigia a concessão de licença e o cumprimento de uma série de regras e que foi atropelado pelo surgimento de um aplicativo de internet que criou um mercado paralelo. Os taxistas tradicionais, para defender o seu mercado, passaram a exigir que os taxistas dos taxistas os aplicativos fossem regulados pelas velhas regras. Mas como a tecnologia eliminou as barreiras de entrada, baixando o custo de atuação no segmento de táxi, o caminho mais adequado é a desregulamentação do mercado, disse ele.

De acordo com Baigorri, só se justificaria regular o mercado de OTTs se houvesse falha de mercado, ou barreiras que impedissem a entrada de qualquer interessado. “Mas essas barreiras não existem. Qualquer um que queira pode prestar esse tipo de serviço. Assim, não se justifica a ação do regulador”, disse ele, lembrando que como são muitos os agentes atuando no ecossistema digital o que se vê são conflitos naturais entre eles, em seu relacionamento. E não só entre OTTs e operadoras, mas entre diferentes OTTs.

Carlos Baigorri participou do painel sobre regulamentação de interconexão e os serviços de OTT no 60º Telebrasil, que se realiza em Brasília.

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Lia Ribeiro Dias

Seu nome, trabalho e opiniões são referências no mercado editorial especializado e, principalmente, nos segmentos de informática e telecomunicações, nos quais desenvolve, há 28 anos, a sua atuação como jornalista.

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