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Leilão

Para a Americanet, proposta atual do leilão 5G vai beneficiar usuário final

José Luiz Pelosini, vice-presidente, diz que a Americanet vai participar do leilão caso mantida a modelagem atual, em que há um bloco reservado para empresas menores

A Americanet apoia a minuta do edital do leilão da 5G e quer entrar na disputa pelas faixas reservadas a entrantes e pequenos provedores. Segundo o vice-presidente da empresa, José Luiz Pelosini, a proposta do conselheiro da Anatel Vicente Aquino merece elogios por fazer uma reserva de espectro para operadoras de menor porte.

A seu ver, a minuta dá condições reais para que os pequenos entrem na disputa do segmento móvel. Privilegia, também, a competição. “O Conselheiro tem ouvido os anseios de nós operadoras [competitivas] e apresentou uma proposta em linha com os fundamentos da LGT, onde o arcabouço regulatório prioriza beneficiar o usuário final, e não à tecnologia, ponto fundamental que faz parte de nossas reivindicações”, disse.

Para Pelosini, muitos provedores regionais têm competência e estrutura suficientes de também construir essa rede. “Claro que não são os mais de 10 mil provedores que tem condições, mas há entre eles muitas empresas qualificadas, com capacidade de implantar a tecnologia e capital”, falou ao Tele.Síntese.

Para o executivo da Americanet, o momento é de aguardar a decisão do Conselho Diretor da Anatel, que ainda avalia a minuta e pode propor modificações, antes de colocá-la em consulta pública.  “Temos todo o interesse na 5G”, afirmou.

Hoje, a Americanet tem 20 mil km de rede, presença em 7 estados e 300 cidades. Também tem serviço de telefonia móvel como MVNO autorizada a usar a rede da TIM. No último ano, recebeu aportes de investidores. Com isso, passou a ter como sócios o fundador, Lincoln Oliveira, e os fundos Warburg Fincus e Invest Tech.

Espectro suficiente

Para Pelosini, com os 50 MHz reservados na proposta aos pequenos e médios operadores é possível explorar serviços 5G. “No 4G, com 10 MHz já dá para prestar um serviço de alta qualidade. A proposta da Anatel não está sendo totalmente voltada para o alto desempenho da tecnologia, mas prioriza o usuário final. Além disso, sendo mantida essa minuta, as operadoras regionais vão iniciar o serviço 5G com maior qualidade no interior antes das grandes”, defende.

Segundo ele, os usos desejados pelos pequenos são banda larga fixa entregue através da rede 5G (FWA) e banda larga móvel melhorada (eMBB). Embora grandes operadoras e fornecedores defendam espectro contínuo de 100 MHz para que os usuários tenham acesso à internet em velocidade de fibra, Pelosini acredita que isso não é prioritário neste momento. “A grande maioria dos acessos de banda larga fixa ainda dependem de par metálico”, explicou.

O executivo também aprova a proposta de “beauty contest” para os pequenos, presente na minuta. Pela regra, os competidores de pequeno porte que quiserem adquirir o espectro deverão ofertar compromissos de cobertura, e não vai dinheiro, para vencer.

“Acho que essa proposta de aquisição baseada em compromissos se encaixa nos nossos planos de expansão, que prevê chegar a 1 milhão de assinantes em banda larga fixa nos próximos três anos. Isso vai envolver muito investimentos na expansão”, prevê.

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