OTTs devem pagar pela infraestrutura de rede, defende a TIM

Em linha com movimento europeu, TIM propõe que as OTTs arquem com custos do aumento de capacidade das redes de telecomunicações por serem as grandes geradoras do tráfego
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Na Europa já está avançado o debate sobre a necessidade de fazer os grandes geradores de tráfego bancarem parte dos custos de implantação de infraestrutura de rede. No Brasil, as discussões ainda estão no início. Mas uma operadora já coloca sua posição, em linha com a da matriz europeia. Para a TIM, as provedoras de conteúdo (OTTs) precisam entrar na equação e pagar pela rede construída pelas operadoras.

Renato Ciuchini, vice-presidente de estratégia e transformação da TIM, defendeu essa posição hoje, 10, em painel do evento MobiXD, organizado pelo site Mobile Time. Ali, o executivo lembrou que as teles gastaram muito dinheiro com a infraestrutura, mas têm geração de receita muito inferior com a rede do que as OTTs, e isso precisa ser solucionado por meio regulatório.

“Não existiam players globais de OTTs há 15 anos. E quem dá a estrutura para eles são as telecoms. E olha o desequilíbrio! Veja o fluxo de caixa das operadoras e o fluxo de caixa dessas big techs. Se juntar as quatro que dominam, não valemos nada perto delas. Então o modelo regulatório precisa ser repensado”, frisou o executivo da TIM.

Ciuchini repisou argumento antigo das operadoras, de que há uma assimetria regulatória muito grande entre o setor de telecom e o digital que coloca em xeque até a chegada da nova geração de telefonia celular.

“Há uma assimetria regulatória mundial que precisa ser resolvida com o 5G. É global mesmo, na Europa, no Brasil. A situação não é sustentável no futuro. Nós que temos que fazer todo o investimento e o cara que não paga a conta não ajuda em nada”, falou.

Vivo procura a Meta

Rodrigo Gruner, diretor de inovação e novos negócios, Vivo, preferiu não opinar sobre o custo com infraestrutura. Na Espanha, a matriz Telefónica é signatária também de manifesto no qual pede dos reguladores alguma solução para que as big techs banquem a expansão das redes.

Aqui no Brasil, a Vivo adota tom menos polêmico, ao menos por enquanto, e negocia aproximação com a Meta, holding dona do Facebook, Instagram e Whatsapp. A operadora entrou em contato com a Meta para um acordo de cooperação para desenvolvimento de soluções 5G para uso no Metaverso.

“São duas empresas com muita experiência, cada uma em uma série de soluções. Ainda não sabemos o que vai sair dali, mas esperamos descobrir soluções para muitos negócios”, ponderou.

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José Norberto Flesch

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